30 janeiro 2016

Até sempre

Lembro-me da primeira vez que vi a Maria Manuel, em 1977, como se fosse hoje. Ela ia ser a minha orientadora de estágio. Foi uma óptima orientadora e ela e o João Clemente tornaram-se meus grandes amigos. Fizemos muitas férias juntos no Algarve; as minhas três filhas e as duas deles, que formavam uma escadinha alinhada, fartaram-se de brincar juntas.
Era um casal que eu apreciava muitíssimo. Nele admirava fundamentalmente o humor, nela a inteligência e a cultura, em ambos a esmerada educação e a maneira admirável como geriam a relação dos dois, que era de dependência mútua, apesar de serem o oposto um do outro.
Há poucos anos, o João deixou-nos. Ficou uma saudade grande em todos os amigos, mas a Maria Manuel que eu sempre conheci acabou naquele dia. Julgo que ela desistiu de viver quando lhe faltou o João.
Hoje fui-me despedir dela pela última vez. O Manel Zé, ou D. Manuel Clemente ou Cardeal Patriarca, celebrou a Eucaristia, como tinha feito na despedida do irmão. Agora a Maria Manuel e o João estão novamente juntos.

Estive a ver fotografias nossas em momentos felizes que passámos juntos no Porto, no Algarve e no Marco de Canaveses. Esses momentos ficarão sempre comigo.

24 janeiro 2016

Do baú

Fechar casas é sempre doloroso. É uma página da nossa vida que se fecha. É um pouco de nós que desaparece. É a vida.
No meio de montes de papeis, encontrei este cartão do General Costa Gomes ao meu Pai. A minha Mãe nunca deitou nada fora, nem o que devia, e este cartão acabou por aparecer agora. Ele representa um pedacinho da vida do meu Pai.