Poema III
Como tu embriagas!
Vens, ó Poesia!, ou tumultuosa ou mansa,
Cerras o nosso olhar a estes tempos em chagas,
E canta dentro em nós uma esperança.
És uma irmã que deixa
A fresca mão na nossa testa ardente,
Depois da luta que engrandece a queixa
Que temos sempre contra tanta gente.
Como tu embriagas!
Vens, ó Poesia!, ou tumultuosa ou mansa,
Cerras o nosso olhar a estes tempos em chagas,
E canta dentro em nós uma esperança.
És uma irmã que deixa
A fresca mão na nossa testa ardente,
Depois da luta que engrandece a queixa
Que temos sempre contra tanta gente.
És aquela que chega
— Se o tédio em nossas almas se insinua —
Sempre fácil e pronta para a entrega
Mais total e mais nua.
És tu, poesia, quem
— Quando nos prendem boca, mãos e pés —
A coragem raivosa nos mantém,
Ciciando-nos: “Talvez...”
Que bem hajas! Aqui
E em toda a parte, nossos passos guia!
Por cada hora, sejamos mais de ti,
E tu, mais nossa, Poesia!
— Se o tédio em nossas almas se insinua —
Sempre fácil e pronta para a entrega
Mais total e mais nua.
És tu, poesia, quem
— Quando nos prendem boca, mãos e pés —
A coragem raivosa nos mantém,
Ciciando-nos: “Talvez...”
Que bem hajas! Aqui
E em toda a parte, nossos passos guia!
Por cada hora, sejamos mais de ti,
E tu, mais nossa, Poesia!
Alberto Serpa (1906-1992)
Sem comentários:
Enviar um comentário