Lapa
situa-se a cerca de mil metros de altitude e cresceu por entre serras enfragadas
e rigorosos nevões invernais. Terra pequena, de construções de granito enegrecido,
é na Lapa que nascem os rios Vouga e Paiva.
A história desta localidade começa em 1493 com o aparecimento
da imagem de Nossa Senhora debaixo de uma lapa. A lenda tomou proporções
nacionais e, sem demoras, surgiram as primeiras construções naquele local.
“Para abrigo da Imagem, e resguardo temporário de fiéis, principalmente no
tempo de maior afluência deles, construiu-se um oratório e levantaram-se
algumas barracas simples”, diz Abade Vasco Moreira, no livro “Sernancelhe e Seu
Alfoz”.
Alguns anos mais tarde, e já sob a orientação dos jesuítas (a
acção dos jesuítas foi determinante para a
evolução da Lapa, ou Quintela da Lapa), foi construída a actual Igreja,
no exacto local onde a Pastorinha Joana descobriu a imagem. O Colégio, onde
gente ilustre como Aquilino Ribeiro estudou gramática, latim, lógica e moral
começou a ser construído no fim do século XVI e é uma das obras maiores dos
Jesuítas na Lapa, funcionando hoje como pousada do Santuário.
Em 1740, e pouco antes de serem extintas as ordens religiosas
e expulsos os jesuítas, a Lapa foi elevada à categoria de Vila. A Casa da
Câmara e Cadeia e o Pelourinho simbolizam a importância administrativa da Lapa
nesse período. Em 1885 perdeu o título, ingressando no concelho de Sernancelhe.
A mítica “cidade” que os jesuítas criaram ainda perdura no tempo.
2 comentários:
Mais uma bela reportagem fotográfica de uma localidade que não conheço e possivelmente nunca conhecerei.
Adorei conhecer a sua origem através do teu texto.
Beijinhos.
Mona Lisa
Se nunca fores à Lapa, ficas, pelo menos, com uma ideia do que é esta terra.
beijinho
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