31 julho 2009

Longe...

Se a quantidade de socalcos que me separam da rua fossem de vinha, poderiam pensar que estava no Douro. Mas não. Nesses socalcos tenho figueiras, laranjeiras, nespereiras, romãzeiras, cactos, flores variadas, relva, variados recantos debaixo de guarda-sóis como este e, no cimo, uma piscina com água a 26ºC.
Não estou no paraíso mas numa terra de pedras avermelhadas, no sul deste Portugal tão lindo e, infelizmente, tão mal tratado.

26 julho 2009

Rita Vaz

O que Rita Vaz faz com o papel é espantoso!
Ontem fui ver uma exposição de trabalhos de origami da Rita à Oficina das Coisas. E que coisas lindas eu vi!
Para quem quiser conhecer melhor o trabalho da Rita Vaz espreite aqui .


22 julho 2009

20 julho 2009

Poema do homem novo

Niels Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade inteira saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se
com espesso traça o memorável feito.

Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.
Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.
Envolvendo o conjunto, do tronco até aos pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.
A cobrir tudo, enfim, como um balão de vento,
um invólucro soprado de tela de alumínio.
Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.

Numa cama de rede, pendurada
da parede do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.

Cá de longe, na Terra, num burburinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falavam
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.

Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.

Caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.

Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo como bloco emperrado.

Mais um passo.
Mais outro.

Num sobre-humano esforço
levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.
Com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira,
com o coração pequeno e ressequido,
viu com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,

exactamente como faria o Homem Velho.


António Gedeão
(porque faz hoje 40 anos, eu vi e vivi a chegada à Lua)

19 julho 2009

O cientista, o artista e o humanista Abel Salazar

"Abel de Lima Salazar nasceu em Guimarães a 19 de Julho de 1889. Filho mais velho de Adolfo Barroso Pereira Salazar e Adelaide da Luz Silva Lima Salazar. Seu pai foi, em Guimarães, secretário e bibliotecário da Sociedade Martins Sarmento, professor de francês na Escola Industrial Francisco da Holanda e escrevia para a “Revista de Guimarães”. A eliminação da disciplina de francês dos currículos escolares em Guimarães parece ter sido a causa principal da sua vinda para o Porto.
Abel Salazar completa naquela cidade, a escola primária e parte do liceu até 1903, altura em que ingressa no Liceu Central do Porto, em S. Bento da Vitória onde conclui a 7ª classe de ciências. Aqui, com um pequeno grupo de companheiros publica um jornal escolar republicano o “Arquivo” reflectindo já quer o interesse pelos novos ideais políticos, quer as suas precoces aptidões para a arte, através de caricaturas de estudantes e professores.

Em 1935, é afastado da sua cátedra e do seu laboratório, sem mesmo poder frequentar a biblioteca, nem ausentar-se do País (Portaria de 5 de Junho) em que foram expulsos também outros professores universitários, como Aurélio Quintanilha, Manuel Rodrigues Lapa, Sílvio Lima, Norton de Matos, etc.

Abel Salazar arruma numa carroça o que lhe resta do laboratório de Histologia, após a sua expulsão da Faculdade de Medicina, 1935.
O afastamento da vida académica permite-lhe desenvolver em sua casa uma produção artística variada na temática e na expressão plástica: gravura, pintura (paisagens, retratos, ilustração da vida da mulher trabalhadora e da mulher parisiense), pintura mural, aguarelas, desenhos, caricaturas, escultura e cobres martelados (caso único entre os artistas contemporâneos)."

Saiba mais sobre este grande homem, que morreu repentinamente quando se encontrava em Lisboa, e cujo funeral obrigou António de Oliveira Salazar a alterar o cortejo fúnebre para evitar as multidões que se preparavam para lhe prestar uma última homenagem. Mas no Porto foram às centenas as pessoas que se despediram de Abel Salazar.
Também vale a pena fazer uma visita guiada à Casa Museu Abel Salazar. Eu tive essa sorte

16 julho 2009

Pórtico Manuelino da Quinta da Conceição

Um grande grupo de alunos da USFE, teve ontem uma visita guiada à Quinta da Conceição. O guia não podia ser melhor - o Professor Joel Cleto. Lá estive e agora o meu olhar sobre aquele lindo espaço passa a ser outro.


"A origem daquele que é actualmente o principal parque público municipal de Matosinhos remonta à instalação neste local, em 1481, do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Ordem de S. Francisco. Instalados primitivamente, desde 1392, no Oratório de S. Clemente das Penhas (junto à actual Capela da Boa Nova), “numa marinha agreste: o mais inculto, desabrido e estéril [sítio]” conforme relatava em 1666 Fr. Manoel da Esperança. A natureza agreste do sítio levou, alguma décadas mais tarde, a que se procurasse transferir o cenóbio para um local mais ameno tendo sido escolhido a antiga “Quinta da Granja”.
Do primitivo convento já pouco resta. Vendido em hasta pública após a extinção em 1834 das ordens religiosos todo o vasto património que albergava foi desaparecendo. Actualmente ainda é visível o antigo claustro do convento, alguns chafarizes monumentais e a capela de S. Francisco, onde se encontram sepultado Frei João da Póvoa, antigo confessor do rei D. João II e principal impulsionador da construção do novo convento. Mas a peça mais emblemática é o magnífico portal de estilo manuelino que pertenceu à igreja do convento e que, após em meados do séc. XIX ter sido transferida para uma quinta particular em Vila Nova de Gaia, foi posteriormente devolvida à sua localização original.
Já no séc. XX a Quinta da Conceição, que confinava com as margens do rio Leça, entra na posse da Administração dos Portos de Douro e Leixões com vista à construção da doca nº2 do Porto de Leixões. Em 1956 a restante propriedade é arrendada pela Comissão de Turismo da Câmara Municipal de Matosinhos para a criação do “Parque da Vila”, sofrendo durante a década de 60 importantes melhoramentos coordenados pelo Arq. Fernando Távora onde se destaca o campo de ténis e a piscina (da autoria do Arq. Siza Vieira)."

(http://cmmatosinhos.wiremaze.com/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=11500)

11 julho 2009

Novo túnel do Molhe


Uma exposição de fotografias lindas, sobre a construção do túnel do Molhe. Vale a pena ir ver, de preferência num dia de sol porque a vista do "farol", por aquilo que pude vislumbrar com o tempo de hoje, deve ser linda.

Orvalhada

11 de Julho. 10 horas. Jardim do Passeio Alegre. Não Chove mas do astro rei nem rastos. Orvalhadas assim em meados de Julho?!

09 julho 2009

Quinta de Santiago

Mais uma actividade do Julho Cultural da USFE. Uma visita guiada pelo professor Joel Cleto à Quinta de Santiago e seu remodelado museu. Uma casa linda. Um dia que valeu mesmo ter vivido.


03 julho 2009

Festa de final de ano da disciplina de Teatro (3)

Mais um quadro de Augusto Gomes sobre os pescadores e o mar de Matosinhos.

A mulher, com o filho ao colo, vive a angústia da espera do marido foi para a faina e ainda não chegou.

A alegria do reencontro quando o marido chega do mar.

A festa que o pai faz ao seu filho.

E o amigo vai-se embora que a família regressa feliz a casa.

Mais uma vez os alunos da Universidade Sénior Florbela Espanca nos surpreendeu com as suas brilhantes interpretações sob a batuta do Professor Falcão.

01 julho 2009

Festa de final de ano da disciplina de Teatro (2)

Mais um quadro de Augusto Gomes, teatralizado pelas alunas da disciplina de Teatro da Universidade Sénior Florbala Espanca. As peixeiras de Matosinhos encontram-se, conversam e acabam por discutir a qualidade do peixe que cada uma vai vender. Cada uma acha que o seu peixe é o melhor de todos.
Excelentes interpretações destas senhoras em mais um momento a aplaudir.