28 janeiro 2007

À sombra de árvores com história...

... é o título de um livro reeditado pela Gradiva sobre as árvores do Porto que inspiraram poetas.
Todos temos as nossas árvores com história. Aqui estão duas das minhas.
Foz do Douro, 2005

Velhas árvores

Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

Olavo Bilac

27 janeiro 2007

THE

THE, loja de roupa e acessórios femininos, com exclusivos, entre outros, da alemã Moyuru, da japonesa Mokoshji ou da Monies (acessórios). Os interiores de traço contemporâneo foram concebidos por Teresa Pimentel.
Telefone: 226 155 822

Teresa Pimentel
Desenvolve diversos projectos no âmbito do design gráfico, multimédia, design de interiores e moda. Mestre em Artes Digitais, iniciou a actividade na área do design de interiores em 2004. Entre outros projectos, contam-se a consultadoria na Ediplano, com a implementação e acompanhamento do projecto de design e arquitectura de interiores dos apartamentos Paço de Rei e Brisa do Mar (Porto).
Notícias da Casa Cláudia de hoje

Quase só azul


23 janeiro 2007

Quando...

Quando os degraus são penosos
E a vontade é não subir…
Há um motor no coração
Que nos obriga a dizer não
E, com esforço, prosseguir.

Quando o céu não está azul
E as nuvens são um milhar…
Há sempre uns óculos na alma
Que podemos pôr com calma
Para ver o sol brilhar.

Quando o passado não deixa
Ver o futuro chegar…
A borracha da razão
Guiada pela nossa mão
Pode, o passado, apagar.

Como é fácil de escrever
Que tudo nós dominamos…
Mas é preciso querer ver
Bem dentro do nosso ser
Se a nós próprios nos amamos.


GP

22 janeiro 2007

Espantem-se… se ainda conseguirem

Os especialistas já avisaram que, a não serem tomadas medidas ambientais sérias, tenderão a aumentar as secas no tempo quente e as inundações no tempo frio. São arrepiantes as previsões das desgraças que se avizinham.
Portugal já leva um atrasado de 50 anos, pelo menos, no que se refere à utilização de energias alternativas. Cada um de nós tem o seu papel na minimização do problema: andar de transporte público, tornar a sua casa eficiente a nível energético e reciclar o lixo.
Quanto à reciclagem do lixo, já estamos bem mais educados. Relativamente aos transportes públicos, apesar de maus e mal planeados (vide Metro do Porto), serão cada vez mais utilizados porque o poder de compra diminui todos os anos e os combustíveis sobem todas as semanas.
Vamos à casa eficiente. Temos tudo o que é preciso para substituir os combustíveis fósseis. Podíamos utilizar energia solar, eólica, biomassa,… Até nos é permitido deduzir à colecta uma percentagem das importâncias despendidas com a aquisição de equipamentos novos para utilização de energias renováveis, incluindo equipamentos complementares indispensáveis ao seu funcionamento.
Agora vamos ao bizarro.
À electricidade aplica-se um IVA de 5%. À biomassa, 21%.
Pouco tempo depois deste Governo tomar posse ameaçou que iria ser obrigatória, em todas as construções novas, a instalação de painéis solares. Não passou disso mesmo. Ameaça. Devem andar a estudar uma maneira de cobrar o IVA de 21% ao sol…
As razões dos obstáculos à utilização das energias renováveis são conhecidas. O que incomoda é que os governantes nos tomem por parvos.

21 janeiro 2007

Candeeiros (10 e 11)

Tomar, 2006

Leon, 2005
De tanto olhar para os candeeiros, tenho fé que um dia há-de fazer-se-me luz...

OK

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses veio à SIC esclerecer o que estava distorcido.
Assim corrijo uma das frases da postagem anterior "... um homem que não assume a paternidade de um filho e, passados dois anos e meio a vem reclamar, é um canalha".

20 janeiro 2007

Preso por amar uma criança

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses considera “inadmissível que as decisões judiciais sejam sujeitas ao escrutínio dos cidadãos”. Isto a propósito da decisão judicial de condenar à prisão o sargento Luís Gomes.
Mas com que direito esta Associação se imiscui na minha liberdade, enquanto ser pensante num país que se diz livre, de formular juízos de valor? Obviamente que o faço com os dados que me são disponibilizados. Se eles são distorcidos, a dita Associação que mos clarifique. Enquanto tal não fizer, continuarei a dizer que um homem que não assume a paternidade de um filho e, passados cinco anos a vem reclamar, é um canalha. Não merece sequer ver o ser a quem apenas deu um espermatozóide. Não poderia ter dado menos.
E continuarei a considerar que, até ao sujeitar-se a ser preso, o sargento Luís Gomes mostra como realmente é o pai daquela criança.
Sou dos assumem não acreditar na justiça portuguesa. Oxalá um dia possa alterar esta minha posição!

Ainda o aborto

Finalmente uma iniciativa, sobre o aborto, merece o meu apoio. No CCB, segundo li hoje, realizou-se um dia de reflexão nacional promovido por cidadãos independentes e apartidários. Não a favor do sim nem a favor do não. Apenas um dia de esclarecimento e debate com representantes de todas as sensibilidades que apresentam os seus argumentos enquanto especialistas sobre uma matéria tão delicada.
Discordo em absoluto com a pergunta que vai ser feita. Inclui, a meu ver, duas questões distintas: a despenabilização e a liberalização, que mereciam ser separadas. Deviam estar a ter um esclarecimento sério e independente.

Despartidarize-se esta questão. Trata-se de cada um de nós tomar uma posição enquanto cidadão, e não enquanto filiado ou simpatizante do partido A ou do partido B.
Pena que os nossos políticos não possuam e bom senso para ver isto.
É o país que temos…

19 janeiro 2007

Para lá da janela


Estampa del cielo

Las estrellas
no tienen novio.
¡Tan bonitas
como son las estrellas!
Aguardan a un galán
que las remonte
a su ideal Venecia.
Tadas las noches salen
a las rejas,
¡oh cielo de mil pisos!
y hacen líricas señasa
los mares de sombra
que las rodean.
Pero aguardad, muchachas,
que cuando yo me muera
os raptaré una a una
en mi jaca de niebla.
Frederico Garcia Lorca

16 janeiro 2007

QREN

O Conselho de Ministros aprovou o Quadro de Referência Estratégico Nacional para o período 2007-2013. Uma boa fatia é para a Educação onde as metas prioritárias são a requalificação do parque escolar, os cursos profissionalizantes e a formação certificada.
"Concentraremos [na modernização do ensino] o essencial das energias, mas não faremos como no passado", disse o Primeiro Ministro.
“Oxalá”, digo eu.

Candeeiro (9)

Leon, 2005

O planeta azul

“Desde o início da década de 1960 os glaciares de montanha, em todo o Mundo, sofreram uma perda de volume estimada em mais de 4000 quilómetros cúbicos de água – superior à descarga anual dos rios Orinoco, Congo, Yangtzé e Mississipi todos juntos. Esta perda foi duas vezes mais rápida durante a década de 1990 do que nas décadas anteriores”.
Hoje, a imprensa informa que um especialista do Centro de Malária e Doenças Tropicais já admite a existência do risco de ressurgimento, na Europa, de doenças tropicais, como a malária, devido às alterações climáticas.
E os decisores políticos vão ficando radiantes com uma diminuição mínima do desemprego ou um aumento, mínimo também, do défice.
Assim vai o planeta azul…

14 janeiro 2007

O aborto

A maneira como está a decorrer a "campanha" sobre o referendo ao aborto está a ser digna de pena. Digo aborto porque não considero que seja uma interrupção. Uma interrupção pressupõe que algo continue. Aqui tudo acaba.
Um assunto sério como este, que envolve valores, em que estão em causa decisões muito complicadas, está a ter uma campanha indecentemente politizada. Os socialistas já assumem que uma "derrota" do sim penalizará o partido. Que se lixem os partidos! Todos! Não estamos numa luta partidária. Não vamos votar em políticos nem em políticas. Está em jogo um assunto muito sério. Não merecia, da parte dos políticos, este tratamento.
Há quem seja a favor do sim e há quem seja a favor do não. Ambas as posições merecem o meu respeito, apesar de eu ter a minha opinião formada. Mas o que eu vejo é uma luta entre dois grupos: o do sim e o do não que, em vez de defenderem os argumentos em que baseiam a sua posição, se agridem e, como numa luta política, dizem mal dos que não têm a sua posição.
O mal de Portugal é de localização. Se estivessemos um pouquinho mais abaixo, podíamos ser o país mais desenvolvido de África. Assim, ... somos isto...

Humphrey Bogart

Nasceu no dia de Natal de 1899 e morreu faz hoje 50 anos. (como o tempo voa!)
Só pelo facto de me ter deixado "Casablanca", realizado em 1942 por Michael Curtiz, merece a minha sincera homenagem.
http://www.humphreybogart.com/

13 janeiro 2007

Por onde ando?

Estou
em mil pedacinhos dividida.
Pedaços que fui deixando,
Aqui, ali, além...
Na vida.


...

Candeeiros (7 e 8)


Barcelona, 2005

11 janeiro 2007

Coretos

Barcelona, 2005

Tomar, 2006

Pau de giz

"There is no school equal to a decent home and no teacher equal to honest virtuous parents" - escrito numa parede de Cochim.
Não é com reformas curriculares ou com a escola a tempo inteiro que se resolvem os problemas da educação. É com a reforma da sociedade com papel de excelência para os pais.
Para um cidadão ser professor, segundo o novo estatuto, tem de provar ter conhecimentos e competências para tal.
Pena que os pais não tenham que provar o mesmo.
"Os professores têm, cada vez mais, à sua frente um conjunto de órfãos de pais vivos” - uma verdade que li, aqui há tempos.
“Quem julgar que a escola resolve todos os problemas da sociedade moderna, comete um erro enorme. Enorme. A escola é apenas um dos elementos com que podemos contar, e como há escolas boas, há escolas más, jornais bons e maus, televisões boas e más. Não se queira, quando há um problema, responsabilizar a escola. E os pais?” - diz Marçal Grilo no livro “Difícil é sentá-los”

07 janeiro 2007

THE




"A rua é estreita, o pavimento forrado com pedras irregulares. Imagina-se encontrar ali mais à frente um talho ou uma senhora à janela. Mas nunca uma loja de roupa feminina com peças únicas e de marcas não representadas em Portugal. Inaugurado em Março de 2006, na Foz do Douro, o projecto THE é a aventura de uma sogra e uma nora que estavam cansadas de não encontrar no país as roupas que desejavam.
"Temos o nosso conceito de moda que não tenho nenhuma maneira de definir. São roupas para usar todo o ano, porque são clássicas e criativas ao mesmo tempo. Não somos fieis às marcas, acabamos por constituir a nossa própria colecção", explicou ao Público a sócia Helena Almeida Santos. "Sempre tive dificuldade em encontrar uma roupa de que gostasse. Desde pequena tenho o costume de desenhar a minha própria roupa".
Tanto ela como a mulher do seu filho, Teresa Pimentel, têm gosto pelo design e primaram por uma decoração intimista: uma linha minimalista sobre um fundo branco, discretos o suficiente para que as roupas e os acessórios falem por si, mas com direitos a apontamentos com marcante identidade (é o caso da oliveira que se vê através de um janelão de vidro).
... "
Publicado na secção O SÍTIO do jornal O PÚBLICO de 5 de Janeiro de 2007

Uma loja de visita obrigatória. Vale pelas roupas e vale pelo espaço. Quanto a preços, há para várias bolsas.

06 janeiro 2007

Jovem

Conserva
Anos luz de idealismo
Dentro de ti.
Pensa mesmo
Que o mundo tem conserto
Que tudo vai dar certo.
Uma mole de irreverência
Responsável... controlada...
Com prudência...
Uns milímetros de contestação
Justificada… discutida
Com argumentação...
Muitos volts de alegria de viver
Segundo a segundo
Toda a vida... todo o ser...
Toneladas de amor
De capacidade para amar
Os outros, as coisas, o saber...
Gigacoulombs de responsabilidade
De que te orgulhes...
De que todos, de ti, tenham vaidade...
Uns quilowatt.hora de humor
Que põem nos lábios um sorriso permanente
Um sorriso com cor...
Muitos cavalos-vapor de energia
Que te tornem capaz
De enfrentar o dia a dia com paz...
Muitos ohms de optimismo
Para encarares o mundo
Pelo lado bom, com positivismo...
Muitos newtons de honestidade
Com os outros, contigo, com a sociedade...
Uns miligramas de ambição
Comedida, com moderação.
Mais uns ampères de humildade,
E uns litros de frontalidade
Delicada...
Uns joules de coragem
Para dizer não a toda a resistência

Que conduza a mau porto
A tua viagem...
E faz render a cem por cento
Os dons que possuis.
Não descures os valores destas grandezas.
Controla-os bem
E serás um exemplo
Para qualquer jovem.


GP

Candeeiro (6)






















Barcelona, 2005

05 janeiro 2007

Os cortesãos

"Com frequência, no círculo íntimo dos poderosos, políticos, empresários e grandes figuras universitárias, vemos personagens medíocres ou até mesmo miseráveis. E parece impossível que pessoas capazes e inteligentes possam ter confiança nelas, confiar-lhes trabalhos delicados e deixar que surjam ao exterior como seus porta-vozes, que os representem.
...
Em volta do político há sempre numerosos postulantes: advogados sem clientela, arquitectos desempregados, intelectuais famosos. Cercam-no pacientes, insistentes. Um dia, o político encontra-se em dificuldades, sozinho, tem necessidade de ajuda, dirige-se a um deles. Por que não? Ele nem pede nada, está disponível, faria o que lhe pedisse. E assim começa a relação. Não gosta dele, mas usa-o. Não o estima, mas pouco a pouco acaba por habituar-se. Com o tempo chega, às vezes, a depender dele, porque lhe deu a forma de conhecer demasiados segredos."

Francesco Alberoni em "O Optimismo"

Candeeiro (5)






















Roma, 2003

Candeeiro (4)

Florença, 2003

04 janeiro 2007

Candeeiro (3)

Poble Espanyol, 2005

Candeeiro (2)






















Poble Espanyol, 2005

03 janeiro 2007

Candeeiro (1)






















Oviedo - 2005

Uma boa notícia

Os futebolistas ameaçam greve. Uma boa notícia. Não só porque os futebolistas deixam de ser portugueses de excepção mas também porque ficamos mais livres de jogos em directo ou diferido e de 15 a 20 minutos de repetições antes de sabermos o que se passa de importante no país e no mundo.
Por que diabo o regime fiscal dos futebolistas não era igual à dos teus concidadãos?

02 janeiro 2007

Megalomania à portuguesa





A propaganda televisiva pede-me, pela voz dos mediáticos, para não tomar um café, para não comprar um perfume, para ... porque esse dinheiro dá para vacinar, para matar a fome, ... a não sei quantos necessitados deste mundo.
O Governo aumenta o meu salário em 1,5%. Os bens de primeira necessidade aumentam 3, 4, 6, ... %. Há uma série de anos que ando a apertar o cinto. O meu poder de compra diminui todos os anos. E de que maneira!
Numa região de Portugal - a coutada de Alberto João - gastam-se 1,2 milhões de euros num fogo de artifício de passagem de ano que durou 8 minutos. A eterna megalomania portuguesa. Não há para a faneca mas há para a lagosta...
Se o meu café ou o meu perfume resolvem alguns problemas, o que se resolveria com 1,2 milhões de euros?!
Definitivamente nasci no tempo ou no espaço errado. Não entendo nem aceito estas prioridades.
Por que é que o D. Afonso Henriques lutou com a Mãe e por que diabo ganhou a batalha de S. Mamede?

01 janeiro 2007

C'est la vie...

Se não precissasse do meu ordenadito para sobreviver, teria ficado no Minho, numa casa muito acolhedora, com a lenha a crepitar na lareira e na companhia de pessoas lindas. Muito lindas mesmo.
Amanhã lá estarei a dar o meu melhor no meu posto de trabalho. Contrariada, para ser franca.