31 dezembro 2008

Bom 2009

Mais um ano se inicia.
Que esta bússola guie
cada um de nós,
os nossos amigos
os nossos governantes
os poderosos do mundo
no caminho certo,
era o que eu gostava
mas era utopia…
Ficam os desejos de um bom 2009
Fica a fantasia…

26 dezembro 2008

A Avó

A avó, que tem oitenta anos,
Está tão fraca e velhinha! . . .
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.

Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo o dia,
E cochila a noite inteira.

Às vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala . . .
Entram rindo e papagueando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando . . .

A velha acorda sorrindo,
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.

Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos, doirados.

Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:
"Ó vovó! conte uma história!
Conte uma história bonita!"

Então, com frases pausadas,
Conta historias de quimeras,
Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas . . .

E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
— Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem . . .

Olavo Bilac

23 dezembro 2008

Boas Festas

Para todos os que por aqui passam desejo um Natal de Paz e um óptimo 2009.

21 dezembro 2008

A sala do tecto bonito

À antiga "sala de jantar" do convento sempre chamámos sala do tecto bonito. A razão está à vista...

Pormenor do tecto.

Os cantos do tecto.

O elevador de pratos que ligava à cozinha.

Todos os azulejos da parede são lindos.

20 dezembro 2008

Foi descerrada

A placa comemorativa dos 50 anos de entrada no Instituto de Odivelas foi descerrada. Mais um momento emocionante do dia 12 de Dezembro.

19 dezembro 2008

Instituto de Odivelas


A cozinha do Convento continua linda.

18 dezembro 2008

Sala de aula

Foi nestas carteiras que eu estudei os cinco primeiros anos do liceu.
Passadas décadas voltei a visitar as salas de aula. Tudo rigorosamente na mesma. As meninas do Instituto de Odivelas continuam a sentar-se nestas carteiras.

17 dezembro 2008

Um dia no Instituto de Odivelas

Já não entrava no Instituto de Odivelas há décadas. Na sexta-feira, dia 12, entrei de novo neste convento onde estudei dos 10 aos 15 anos, em regime de internato.
O dia começou com chuva mas acabou por se compor, apesar do frio.
Tudo começou no Largo está que diferente mas onde surge o edifício que está na mesma.

As "meninas de Odivelas" que entraram naquela instituição em 1958, juntaram-se no Claustro Principal. Tudo na mesma, incluindo a torre.

Visitámos tudo. As salas de aula, os laboratórios, os balneários, as camaratas, a cantina, os quartos das vigilantes, a piscina (único local onde o progresso chegou e de que maneira!...)... Tudo mesmo.
Também fomos ao Claustro da Moura.

Foi um reencontro emocinante. A maioria de nós não se via desde que deixou o Instituto de Odivelas. Curioso que depois de nos "reconhecermos", a sensação foi a de amigas que não se vêm há meia dúzia de meses. Um dia que valeu mesmo a pena ser vivido.

Aqui deixo um pouco da beleza (um pouco abandonada, diga-se) daquele convento.

10 dezembro 2008

Amanhã...

... vou passar uns dias à capital. Até breve.

Hoje...

... escrevi uma carta aberta à Ministra da Educação. Está publicada no Destramar.

Ontem...

... o Lourenço fez um ano.

Buhle

Hoje fui almoçar com duas Amigas, duas grandes Pessoas.
Aventei a hipótese de irmos ao Bule, na Foz. Um restaurante de que sempre gostei muito e onde não ia há bastante tempo.
O Bule morreu. No sítio do Bule nasceu o Buhle. A moradia antiga deu lugar a um edifício moderno. Nada de especial, o edifício. Nada de especial, a comida. Nada de escpecial, o serviço. Tudo inferior ao Bule excepto a conta que é bastante superior.
O "h" estragou o Bule.
Valeu pela companhia, valeu pela conversa boa.
Valeu também para ficar a saber que não volto lá...

07 dezembro 2008

Covilhã 1927 - Lisboa 2008

Era ainda nova quando li "Os nós e os laços". Foi um livro que me marcou tanto que comecei a comprar quase todos os livros de Alçada Baptista que iam sendo publicados. A escrita deste grande homem sempre me encantou.
Dos livros de Alçada Bptista, o que mais me marcou foi "O Riso de Deus".


Ajudou-me a ver:

- que é possível "fazer um acordo honrado entre aquilo que sou e o que queria ser."

- que "passei a maior parte da minha vida a limpar o meu próprio terreno de construções clandestinas, de obras feitas sem licença - sem minha licença."

- que entre mim e o meu Pai "quase tudo tinha ficado por dizer: se calhar porque a cultura da paternidade é uma coisa construída do outro lado do mundo dos nossos afectos: é isso que separa os pais dos filhos e os deixa morrer sem se terem conhecido, com o amor engasgado na garganta da vida."

- que "quando já somos fortes, podemos dar-nos ao luxo de ser fracos."

- que, "por mais estranho que pareça, homens livres, para quem a liberdade é efectivamente um valor, são os que estão presos por causa da liberdade dos outros."

- que "a gente vai aprendendo, aprendendo, e, quando está a saber quase tudo, morre..."

"Eu estou conformado com a minha morte mas tenho pena de muitas coisas que aprendi e que, nesse dia, se vão escoar pelas frinchas do meu caixão." Esse dia foi hoje.

Obrigada, Alçada Baptista, por todos os ensinamentos. Eles ficaram comigo. Não se vão escoar pelas frinchas do seu caixão.
Obrigada, Alçada Baptista, pelos momentos felizes que os seus livros me proporcionaram.
Obrigada, Alçada Baptista, por ter sido quem foi e por me ter deixado tanta coisa boa para (re)ler.

02 dezembro 2008