31 dezembro 2008

Bom 2009

Mais um ano se inicia.
Que esta bússola guie
cada um de nós,
os nossos amigos
os nossos governantes
os poderosos do mundo
no caminho certo,
era o que eu gostava
mas era utopia…
Ficam os desejos de um bom 2009
Fica a fantasia…

26 dezembro 2008

A Avó

A avó, que tem oitenta anos,
Está tão fraca e velhinha! . . .
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.

Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo o dia,
E cochila a noite inteira.

Às vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala . . .
Entram rindo e papagueando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando . . .

A velha acorda sorrindo,
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.

Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos, doirados.

Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:
"Ó vovó! conte uma história!
Conte uma história bonita!"

Então, com frases pausadas,
Conta historias de quimeras,
Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas . . .

E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
— Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem . . .

Olavo Bilac

23 dezembro 2008

Boas Festas

Para todos os que por aqui passam desejo um Natal de Paz e um óptimo 2009.

21 dezembro 2008

A sala do tecto bonito

À antiga "sala de jantar" do convento sempre chamámos sala do tecto bonito. A razão está à vista...

Pormenor do tecto.

Os cantos do tecto.

O elevador de pratos que ligava à cozinha.

Todos os azulejos da parede são lindos.

20 dezembro 2008

Foi descerrada

A placa comemorativa dos 50 anos de entrada no Instituto de Odivelas foi descerrada. Mais um momento emocionante do dia 12 de Dezembro.

19 dezembro 2008

Instituto de Odivelas


A cozinha do Convento continua linda.

18 dezembro 2008

Sala de aula

Foi nestas carteiras que eu estudei os cinco primeiros anos do liceu.
Passadas décadas voltei a visitar as salas de aula. Tudo rigorosamente na mesma. As meninas do Instituto de Odivelas continuam a sentar-se nestas carteiras.

17 dezembro 2008

Um dia no Instituto de Odivelas

Já não entrava no Instituto de Odivelas há décadas. Na sexta-feira, dia 12, entrei de novo neste convento onde estudei dos 10 aos 15 anos, em regime de internato.
O dia começou com chuva mas acabou por se compor, apesar do frio.
Tudo começou no Largo está que diferente mas onde surge o edifício que está na mesma.

As "meninas de Odivelas" que entraram naquela instituição em 1958, juntaram-se no Claustro Principal. Tudo na mesma, incluindo a torre.

Visitámos tudo. As salas de aula, os laboratórios, os balneários, as camaratas, a cantina, os quartos das vigilantes, a piscina (único local onde o progresso chegou e de que maneira!...)... Tudo mesmo.
Também fomos ao Claustro da Moura.

Foi um reencontro emocinante. A maioria de nós não se via desde que deixou o Instituto de Odivelas. Curioso que depois de nos "reconhecermos", a sensação foi a de amigas que não se vêm há meia dúzia de meses. Um dia que valeu mesmo a pena ser vivido.

Aqui deixo um pouco da beleza (um pouco abandonada, diga-se) daquele convento.

10 dezembro 2008

Amanhã...

... vou passar uns dias à capital. Até breve.

Hoje...

... escrevi uma carta aberta à Ministra da Educação. Está publicada no Destramar.

Ontem...

... o Lourenço fez um ano.

Buhle

Hoje fui almoçar com duas Amigas, duas grandes Pessoas.
Aventei a hipótese de irmos ao Bule, na Foz. Um restaurante de que sempre gostei muito e onde não ia há bastante tempo.
O Bule morreu. No sítio do Bule nasceu o Buhle. A moradia antiga deu lugar a um edifício moderno. Nada de especial, o edifício. Nada de especial, a comida. Nada de escpecial, o serviço. Tudo inferior ao Bule excepto a conta que é bastante superior.
O "h" estragou o Bule.
Valeu pela companhia, valeu pela conversa boa.
Valeu também para ficar a saber que não volto lá...

07 dezembro 2008

Covilhã 1927 - Lisboa 2008

Era ainda nova quando li "Os nós e os laços". Foi um livro que me marcou tanto que comecei a comprar quase todos os livros de Alçada Baptista que iam sendo publicados. A escrita deste grande homem sempre me encantou.
Dos livros de Alçada Bptista, o que mais me marcou foi "O Riso de Deus".


Ajudou-me a ver:

- que é possível "fazer um acordo honrado entre aquilo que sou e o que queria ser."

- que "passei a maior parte da minha vida a limpar o meu próprio terreno de construções clandestinas, de obras feitas sem licença - sem minha licença."

- que entre mim e o meu Pai "quase tudo tinha ficado por dizer: se calhar porque a cultura da paternidade é uma coisa construída do outro lado do mundo dos nossos afectos: é isso que separa os pais dos filhos e os deixa morrer sem se terem conhecido, com o amor engasgado na garganta da vida."

- que "quando já somos fortes, podemos dar-nos ao luxo de ser fracos."

- que, "por mais estranho que pareça, homens livres, para quem a liberdade é efectivamente um valor, são os que estão presos por causa da liberdade dos outros."

- que "a gente vai aprendendo, aprendendo, e, quando está a saber quase tudo, morre..."

"Eu estou conformado com a minha morte mas tenho pena de muitas coisas que aprendi e que, nesse dia, se vão escoar pelas frinchas do meu caixão." Esse dia foi hoje.

Obrigada, Alçada Baptista, por todos os ensinamentos. Eles ficaram comigo. Não se vão escoar pelas frinchas do seu caixão.
Obrigada, Alçada Baptista, pelos momentos felizes que os seus livros me proporcionaram.
Obrigada, Alçada Baptista, por ter sido quem foi e por me ter deixado tanta coisa boa para (re)ler.

02 dezembro 2008

30 novembro 2008

E as medalhas continuam

Professora, espero que tenha muitas felicidades pela vida fora e que continue a ser a pessoa que sempre foi .
Obrigada por todo o empenho, dedicação e amizade da sua parte .

Beijinhos, muitas alegrias.

Ana Correia

28 novembro 2008

Ontem...

... o Douro estava tranquilo, lindo.


E a salada que comi na Marina do Freixo estava óptima. Obrigada, ka, pela companhia.

27 novembro 2008

Mais uma medalha

Chegou agora por mail mais um prémio para mim. deixou-me de lágrima no olho mas com o meu ego nas alturas e a sensação do ver cumprido.

"Soube ontem ao último tempo que a professora tinha recebido a carta da reforma. Vou ser sincero, fiquei muito triste por perder uma das melhores professoras de sempre.Paciente, simpatica, honesta, humilde.... são muitas das caracteristica que a professora tem.A escola perdeu uma das melhores professoras ao serviço.
Pessoalmente n estou triste por perder uma professora mas sim estou triste por ter perdido uma grande amiga que me ajudou sempre.Toda a turma ficou um bocado triste (embora querendo desfarçar através de sorrisos e risos), pois tem a consciencia que vai ser dificil substituir uma professora como a s'tora.Diz-se que ninguem é insubstituivel, mas a professora é das poucas pessoas que não podem substituidas por nada deste mundo.
Aqui está á minha despedida muito humilde, não é que desejaria dar á professora pois o que lhe queria dar está para além dos meus alcances.Só deixo votos de felicidade e desejos que um dia nos voltemos a encontrar.
Muitos beijos e abraços

Bruno nº7 8ºB"

Foi um prazer ter conhecido o Bruno e um privilégio ter sido sua professora.

26 novembro 2008

Eu saio com os meus prémios

Finalmente chegou a aposentação. E, neste último dia, os alunos da turma com que tive aulas deixaram-me este prémio.

Vale a pena clicar para ler
Este, e outros prémios que tenho recebido ao longo dos anos, dão sentido a tudo o que tive que passar nestes últimos tempos. Não os trocava por nenhum prémio atribuído por esta Ministra. Estas preciosidades são-me atribuídas por aqueles para quem trabalhei. Aqueles a quem dediquei 36 anos da minha vida.
Obrigada a todos os jovens (alguns já bem adultos hoje) pelos bons momentos que eu vivi enquanto professora de Física e Química.

A todos deixo o poema que hoje ofereci a cada um dos alunos do 8º E

Jovem

Conserva
Anos-luz de idealismo
Dentro de ti.
Pensa mesmo
Que o mundo tem conserto
Que tudo vai dar certo.
Uma mole de irreverência
Responsável... controlada...
Com prudência...
Uns milímetros de contestação
Justificada… discutida
Com argumentação...
Muitos volts de alegria de viver
Segundo a segundo
Toda a vida... todo o ser...
Toneladas de amor
De capacidade para amar
Os outros, as coisas, o saber...
Gigacoulombs de responsabilidade
De que te orgulhes...
De que todos, de ti, tenham vaidade...
Uns quilowatt.hora de humor
Que põem nos lábios um sorriso permanente
Um sorriso com luz, com cor...
Muitos cavalos-vapor de energia
Que te tornem capaz
De enfrentar o dia a dia com paz...
Muitos ohms de optimismo
Para encarares o mundo
Pelo lado bom, com positivismo...
Muitos newtons de honestidade
Com os outros, contigo, com a sociedade...
Uns miligramas de ambição
Comedida, com moderação.
Mais uns ampères de humildade,
E uns litros de frontalidade
Delicada...
Uns joules de coragem
Para dizer não a toda a solicitação
Que conduza a mau porto
A tua viagem...
E faz render a cem por cento
Os dons que possuis.
Não descures os valores destas grandezas.
Controla-os bem
E serás um exemplo
Para qualquer jovem.

Novembro, 2008

Deixo de ser professora, não deixo de ser amiga

Alegria triste

Fico alegre porque saio.
Fico triste porque fujo.

De Lisboa a Bragança…
muita estrada, muito jovem…
muita aula, muita experiência…
muito teste, muita correcção…
… também muita preocupação…

Vivências únicas com jovens…
… de quem fui mãe, irmã, amiga…
com muita garra, com muito gozo…

Os tempos mudaram…
as reformas começaram a chover…
… a cântaros…
a escola que eu amei mudou
… para pior… muito pior…

Barafustei, avisei, escrevi, desisti…

Fui enxovalhada, insultada…
maltratada…
Pelos jovens fui aguentando…
agora… chega…
vou-me embora.

Ficam algumas amizades
e a gratidão de tantos jovens…
aqueles que me escrevem…
que pedem a assinatura nas fitas
quando chega a formatura.

Chegar ao fim acompanhando um grupo de jovens
por todo um ciclo…
Um sonho interrompido…
Saio triste… sem conseguir perdoar
a quem ousou matar o meu prazer na minha profissão.
Essa mágoa não morrerá…

Tenho assistido às exéquias fúnebres do ensino público…
mas gostei demasiado do que fiz
para assistir à sua morte… desculpem…

Fico alegre porque saio.
Fico triste porque fujo.

25 novembro 2008

Esta semana...

... os meus alunos do 8º Ano têm alguns trabalhos na exposição comemorativa do Dia Nacional da Cultura Científica. Como temos estado a dar a luz e o som, os trabalhos visam esses conteúdos programáticos.
O país e a Ministra não merecem o trabalho que uma actividade destas comporta mas os jovens, esses merecem todo o meu trabalho enquanto a reforma não chega.

24 novembro 2008

Rómulo de Carvalho / António Gedeão


O Google, como sempre, não deixou passar em branco o Dia Nacional da Cultura Científica.
Embora haja, em Portugal, uma notória falta de cultura científica, este dia foi escolhido em homenagem a Rómulo de Carvalho que nasceu no dia 24 de Novembro de 1906.
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho licenciou-se em Ciências Físico-Químcas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto em 1931.
Foi professor de liceu em Lisboa e em Coimbra.
A publicação das suas obras começa em 1952, pela Atlântida Editora (Coimbra), com a “História do Telefone”, o primeiro título de uma colecção de livros de divulgação em que se descobriam importantes instrumentos científicos em interessantes histórias.
Com o pseudónimo de António Gedeão foi um poeta de eleição. Nos seus poemas a poesia e a ciência andam sempre de mãos dadas.
Rómulo de Carvalho/António Gedeão conjugou, de uma forma fantástica, o génio do cientista e o harmonioso do poeta.
Saiba mais aqui.
Um dos poemas mais brilhantes deste homem único é a história de Galileu onde só falta referir o pedido de desculpas, em 1992, da Igreja quando admitiu seu erro e absolveu o astrónomo por ter defendido a tese de que a Terra girava em torno do Sol.

Poema para Galileo

Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.

Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria...
Eu sei... eu sei...
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!

Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.

Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar – que disparate, Galileo!
– e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação –
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.

Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus me deu.

Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se tivesse tornado num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.

Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das alturas
e poisaram, como aves aturdidas – parece-me que estou a vê-las –,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E foste tu dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e descrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.

Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos.

21 novembro 2008

Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima

No dia 5 de Julho estive sentada na "cadeira de reflexão" deste jardim.
Recebi hoje uma mensagem de Ponte de Lima que aqui deixo.

"A 4ª edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima foi a mais visitada de sempre, 90 000 visitantes, o que se traduz num aumento de 30%, relativamente à edição anterior.
A forte participação de autores estrangeiros demonstra que o evento já ultrapassou as nossas fronteiras, fazendo parte de um roteiro cultural e turístico, de âmbito internacional, que atrai até à Vila mais antiga de Portugal milhares de visitantes. Este facto revela o grande interesse deste projecto para o município de Ponte de Lima, para o país e para todos os seus participantes.
Aos visitantes foi dada a oportunidade de manifestarem a sua opinião sobre a apreciação dos 11 jardins do Festival. O jardim mais votado foi “Energias Reflectidas”, cujos autores são um grupo de jovens Arquitectos Paisagistas, oriundos do norte de Portugal: Ana Mota, Diana Teixeira Fernandes, Márcia Vilar, Ricardo Ventura e Telma Sanches. Este jardim obteve 24% de votos e permanecerá no Festival durante a próxima edição, não podendo no entanto estar sujeito a nova votação.
Já agora aproveitámos para informar que para o concurso de 2009 com o tema “Artes no Jardim”, foram apresentadas 67 propostas, provenientes de 8 países, mas com autores de 19 nacionalidades diferentes.
Esperámos poder contar com a Vossa colaboração na divulgação desta iniciativa, pelo que, informamos que a edição de 2009 abre as suas portas ao público no dia 29 de Maio de 2009: contamos com a Vossa visita a partir desta data e até ao dia 30 de Outubro do mesmo ano.
Terminámos agradecendo a Vossa visita a este certame, confiantes assim, que o principal objectivo desta iniciativa permaneça e que todos continuemos a promover novas formas de sentir e viver a arte dos jardins."


Apesar de não ter sido o jardim em que votei foi um dos que mais gostei. Aqui deixo os meus parabéns aos autores pela maravilha que nos proporcionaram e, para o ano, lá voltarei a visitá-lo no próximo Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima.

13 novembro 2008

Lua cheia

Olhei há pouco para lua e fui procurar se hoje era dia de Lua Cheia. não só vi que era como encontrei um artigo de Nuno Crato que achei interessante. Aqui o deixo.
A Lua Cheia e os partos
Ouve-se muitas vezes dizer que nas noites de Lua Cheia o número de partos aumenta. De tal forma, conta-se, que há clínicos que se preparam para noites agitadas quando se aproxima essa fase da Lua. A ideia está tão difundida que muitas pessoas a aceitam como um facto. E porque não? Se a Lua consegue mover oceanos, de maré-cheia a maré vazia, não poderá ter algum efeito sobre os ventres maternos?
Há um pequeno óbice, contudo. A Lua provoca duas marés por dia. Porque haveria de provocar uma maré de partos apenas na Lua Cheia, que acontece aproximadamente uma vez por mês? Ou seria o efeito de alinhamento com o Sol? Mas esse alinhamento tanto se regista na Lua Cheia como na Lua Nova. E apenas aumenta ligeiramente as marés. Além disso, o efeito de maré é menos poderoso do que se pensa. Claro que são massas grandes de água que se movem, mas no conjunto imenso de oceanos! Alguns metros que o nível das águas suba num porto é pouquíssimo comparado com o volume total em causa. As forças de maré são forças diferenciais, resultam da diferença de atracção sobre um corpo. No caso das marés oceânicas, resultam da diferença de poder de atracção em todo o planeta. O que são alguns metros de subida da água na escala da Terra?
O físico Robert Park, um dos directores da Sociedade de Física Americana (APS), deu-se ao trabalho de calcular os efeitos de maré sobre os seres humanos. No seu livro Ciência ou Vodu, editado entre nós pela Bizâncio, explica que a força de maré lunar sobre o nosso corpo é tão pequena que é menor que a provocada por uma maçã situada por cima da nossa cabeça. Mas ainda nunca alguém se lembrou de falar do efeito das macieiras sobre os partos.
O facto de não entendermos como um fenómeno pode ocorrer, contudo, não quer dizer que ele não ocorra. Por muito intrigante que possa ser o efeito da Lua, ele não se deverá desprezar se a experiência mostrar que existe. É por isso que vale a pena recorrer à Estatística.
Na base de dados de investigação clínica PubMed, os termos «births» e «moon» geram actualmente 11 artigos de investigação publicados nos últimos 25 anos sobre esse tema. O primeiro artigo, saído em 1979, analisa 11691 partos registados entre 1974 e 1978 em Los Angeles e conclui que «os nascimentos de forma alguma se correlacionam com os ciclos lunares». Dos restantes estudos, que analisam centenas de milhares de casos, seis apresentam resultados semelhantes. Analisam centenas de milhares de nascimentos e negam categoricamente que os ciclos lunares tenham alguma coisa a ver com os partos (Dinamarca 1989, Maputo 1991, Florença 1994, Noruega 1997, Nova Iorque 1998 e Carolina do Norte 2005).
Depois, há alguns estudos curiosos. Um deles incide sobre nascimentos chineses (1991) e encontra alguma sazonalidade relacionada com o ciclo da Lua. Mas o calendário chinês é lunar e há uma enchente de casamentos nas festividades lunares...
Outro, feito numa pequena cidade brasileira (2002) é inconclusivo. Os dois restantes (França 1986 e Nova Iorque 1991) indiciam alguma possível correlação, mas apenas com uma ligeiríssima subida de nascimentos antes da... Lua Nova!
Tudo isto é muito curioso. Os estudos científicos negam a influência do ciclo lunar ou quando vêem uma coincidência estatística de subida de partos verificam que ela é pequena e se regista na aproximação da Lua Nova. Porque se difundiu então o mito da fertilidade da Lua Cheia?
Os mitos têm razões que a razão desconhece.

11 novembro 2008

Destino de nós

Ai!... amor meu… meu tão novo amor!...
por que haverias de aparecer agora
assim tão fresca e disponível?...

tão donzela amanhecida
e fruto tão maduro e tão perfeito…
… tão presente!...

… por que não haverias de ter chegado
apenas um pouco antes
da curva que eu pressinto avizinhar-se
nos indícios de desenlace e nostalgia?...

… cada vez mais curta na distância
e cada vez mais estreita…
… mais dissidente!...

… vestida de tons lindos de lírios arroxeados
de que também se veste… linda…

… épica e linda!... -…sempre!...

… a noite das almas viúvas… erradias…
sendas palmilhadas de penas e fadários
por entre as sombras que se encontram fugidias
nos encontros penitentes dos regaços enlutados…

… névoas cinzas de rumores a despedida
nunca antes avistadas nas ladeiras a poente…

por que não vieste mais cedo
-apenas um pouco antes-
… meu amor?...

… que me despertas e obrigas
-na denúncia resgatada do meu gosto-
à urgência intempestiva
dos regressos apressados…


Arnaldo Silva

09 novembro 2008

Dragão...

... por fora...

...e por dentro.

08 novembro 2008

A dobrar

As casas da Av. da Boavista, também estão na Casa da Música.

06 novembro 2008

04 novembro 2008

Faz hoje um ano...

... que um fim de semana de descanso foi, subitamente, interrompido com o internamente da minha filha Teresa no Hospital de São Marcos, em Braga. Uma gravidez de risco que terminou com um Lourenço superprematuro no dia 9 de Dezembro.
Foram meses muito maus, que muita gente daqui acompanhou, até o Lourenço sair da neonatologia, já do Pedro Hispano.
Tudo acabou bem, o meu neto está famoso, é lindo e supersimpático.

Singular

28 outubro 2008

A ruralidade

Desculpem mas tenho que colocar novamente o que aqui coloquei no dia 8 de Junho de 2007. É que há quem duvide da veracidade do burro escondido.

Juro que é verdade. Juro que não é uma montagem. Esta fotografia foi tirada por mim.
Próximo de minha casa foram construídas, há pouco tempo, seis moradias geminadas. Um dia passei e não queria acreditar. É verdade. Vi exactamente o que estão vendo. A parte para jardim, onde se encontra a entrada da garagem foi transformada nisto. Não há verdes, não há garagem mas temos um poço ( que não é poço), uma nora (que poderá ser uma nora) e um burro (que possivelmente é de plástico). Mal empregada moradia!
Aos engenheiros paisagistas deixo esta sugestão... como exemplo do que de pior se pode fazer a um pouco de terra. Para mais informações contactem-me.
(texto e fotografia de 2007)

Escondido

25 outubro 2008

Continuando com livros

Hoje foi o lançamento do livro “O Ensino Básico vai de mal a pior – uma abordagem pedagógica e científica”. O autor, Carlos Paiva, como é professor, conhece, por dentro, todos os podres do nosso sistema educativo. Apesar de ainda não o ter lido, a apresentação e a leitura da contracapa e do índice, deixaram-me imensamente curiosa. Um livro particularmente interessante para quem está ligado ao ensino mas imensamente útil para quem o não está mas tem interesse em saber o que se passa nas escolas públicas onde andam os seus filhos, netos, sobrinhos,…

Edição e Distribuição - Editorial Minerva.

ATRIUM

Ontem foi o lançamento do nono livro de poesia do meu amigo Arnaldo Silva. Mais uma série de poemas com uma musicalidade linda e, como sempre, feitos com o coração e a alma. Aliás, o Nónó é assim. Sempre fez e continua a fazer tudo com o coração e a alma. E eu delicio o meu coração e a minha alma quando leio, em voz alta, os seus poemas.
Aqui deixo um dos seus novos poemas do seu novo livro Atrium

Diálogo sem demais

…será que era, deveras, um amor
- pergunto-me eu, inquieto… suspeitoso…-
que merecia a tanto preço ser amado?

… e logo se exalta e se ruboriza em mim
o timbre acerbo… - quase agreste…- da resposta
de tão seguro e certo e indubitado:

-“Merecia!... merecia!...
… claro que merecia!...

… era um amor que tudo tinha
para ser tido…
…e partilhado em cada instante…
usufruído para sempre…

… bonito que ele era!...
tanto !... e grande!...

…loucura de nós inebriante
que tão fundo e tão rubra nos pulsava…
…que tão bem
– de tão doce e de tão quente –
nos sabia…

…Era um amor apenas que pecava
por amar – ou ter amado –
assim tão vastamente…
… em tão farta demasia…”

21 outubro 2008

De luto

Jantámos todos juntos sexta-feira. O L. estava, como sempre, bem disposto. Despedi-me dele e da mulher pouco passava da meia noite.
No domingo de manhã o coração traiu-o junto ao portão da sua casa.
Demorei horas a acreditar que o L. já não brincava mais connosco. Já não jantava mais connosco.
Porquê ele? Vai fazer tanta falta a tanta gente. Vai deixar tanta saudade. A lembrança ficará para sempre.

18 outubro 2008

Nicolai Lugansky

Fui hoje a um concerto na Casa da Música. Ouvi o pianista russo Nicolai Lugansky com um programa predominantemente do Romantismo - Leos Janacek, Chopin e Liszt. Com apenas 36 anos, este jovem brindou-nos com um concerto memorável. Por três vezes voltou ao piano por "imposição" dos aplausos.
Lugansky venceu vários concursos internacionais, nomeadamente o Concurso Internacional Bach de Leipzig (1988), o Concurso Sergei Rachmaninov (1990) e o Concurso Internacional de Tchaikovsky (1994), sendo considerado um herdeiro da melhor escola russa de piano.

Aqui sim. Uma pessoa está confortavelmente instalada. As cadeiras da Casa da Música nada têm a ver com as de Serralves (Biblioteca e Auditório) nem com as da Câmara Municipal de Matosinhos.

E, na Casa da Música, a cultura (musical) está ao alcance da maioria das bolsas.

Mobiliário de Arquitectos

Sob esta cúpula fica o Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos. Ontem estive aqui na Sessão solene da abertura oficial das aulas da Universidade Sénior Florbela Espanca. Uma cerimónia bonita em que se homenageou o Professor Doutor Nuno Grande, pedra basilar da USFE, e se ouviu uma palestra imperdível do Professor Doutor Salvato Trigo.

Mas não há nada sem “senãos”. Neste caso foram as cadeiras. É impossível estar sentado mais de dez minutos nas cadeiras desta sala. De um desconforto atroz.

Estou inscrita numa comunidade de leitores na Fundação de Serralves. A mesma coisa. Vou desistir porque não aguento estar duas horas, a passar, nas cadeiras da Biblioteca. Inaceitável para uma Fundação que “vende” cultura a preço de ouro.

Por que é que os Arquitectos não se limitam aos imóveis? E mesmo assim, para alguns, já era demais…
A solução talvez fosse obrigar os arquitectos a viver nos imóveis e utilizar os móveis que fazem para os outros. Assim concluiriam, por si, que a beleza não chega. Aquilo que é para usufruir tem que ser cómodo e, nas duas situações referidas, as cadeiras são tudo menos cómodas.

17 outubro 2008

Se houvesse Sol...

... haveria sombras...

14 outubro 2008

Branco no verde

Continuo à espera que a reforma chegue. Entretanto vou planificando aulas, elaborando testes, preenchendo grelhas aos milhares, substituindo colegas, elaborando documentos, assistindo a reuniões e engolindo sapos e mais sapos e mais sapos, ou seja, tenho trabalhado um pouco para os alunos e muitíssimo para a inutilidade a que me obrigam. Tudo isto me tem impedido de vir aqui.
Hoje resolvi tirar uns minutos para mim e vir aqui colocar uma flor. Uma coisa bonita para amenizar a estupidez com que a lei ocupa o meu precioso tempo. Por pouco tempo, espero.

01 outubro 2008

Dia Mundial da Música

Vinte e cinco minutos a pé. Estação do Metro das Sete Bicas. Na estação da Trindade, mudança de metro. Chegada à estação de S. Bento. Ali teve lugar uma das actividades promovidas pela Casa da Música para comemorar o Dia Mundial da Música. À frente da Osquetra Nacional do Porto, estava a maestrina Joana Carneiro. Tocou o primeiro andamento da quinta sinfonia de Beethoven.

Parabéns à Casa da Música pela iniciativa e obrigada a Joana Carneiro por, apesar de ser uma figura de renome internacional, nos ter brindado com uns maravilhosos minutos na Estação de Metro de S. Bento.

(Peço desculpa pela má qualidade das fotografias mas "entalada" entre tanta gente, não consegui melhor. E, assumo, tenho muita dificuldade em prestar atenção a duas coisas ao mesmo tempo e a osquestra era a minha prioridade.)

23 setembro 2008

Alberto Sampaio

“O historiador Alberto Sampaio nasceu em Guimarães, a 15 de Novembro de 1841. A infância passou-a entre Guimarães e Famalicão, onde a sua família possuía a Quinta de Boamense, na freguesia de Cabeçudos. Aprendeu as primeiras letras em Landim e completou em Braga os estudos que lhe permitiram partir para Coimbra, ainda com 15 anos. Em 1863, formou-se em Direito.

De Coimbra, mudou-se para Lisboa, onde ensaiou o exercício da advocacia. Por pouco tempo. Não tardaria muito, estava de volta à sua terra natal, onde, apesar da sua personalidade avessa à exposição pública, manteve uma intervenção cívica constante.
...
No princípio de 1900, na sequência da morte do seu irmão José, que se seguiu em poucos meses à de Martins Sarmento, Alberto Sampaio muda-se definitivamente para Boamense, onde se dedica à agricultura e, de modo cada vez mais intermitente, aos estudos históricos. Aí viria a falecer aos 67 anos, no primeiro dia de Dezembro de 1908.”
(ler mais aqui)

Comemora-se este ano o centenário da morte de Alberto Sampaio.
Museu Alberto Sampaio - Guimarães

18 setembro 2008

Os militares motivam voluntários

Tive que ir, numa fugida, ao NorteShopping. Encontrei uns militares a sensibilizar os mais novos para e exército. Comecei por reparar no endereço electrónico que estava na parede da "escalada". Achei delicioso.
Lá estava aquela parafernália toda.
Depois tive a sorte de aparecer um jovem que quis subir "aquela coisa". Os militares colocaram-lhe o capacete e o "cinto" e a escalada começou...

... e continuou...

... até ao cimo.

Depois, preso e com a ajuda dos pés no muro, o rapaz acabou por pôr os pés em solo firme. Será este um candidato ao exército?