Hoje passei a tarde no Auditório do Centro Paroquial de Aldoar (Paróquia a que preside o extraordinário Padre Lino Maia) que tomou a iniciativa de promover uma tarde de reflexão sob o tema “CRISE – a que pobres nos levas?”
Foram palestrantes o Professor Joaquim Azevedo, o Professor Eugénio Fonseca e D. Manuel Martins. Três intervenções interessantíssimas.
O Professor Joaquim Azevedo falou do Diagnóstico Social da Cidade do Porto, elaborado pela Universidade Católica do Porto, tecendo sobre ele belíssimas considerações. O apoio dos diversos intervenientes é feito verticalmente não havendo nenhuma rede de interacção entre eles, diminuindo, assim, a eficácia. Podia fazer-se muito mais por muito menos. Terminou referindo que só uma dinâmica de solidariedade nos pode salvar.
O Professor Eugénio Fonseca começou por contar como D. Manuel Martins o colocou à frente da Caritas Diocesana. Quando ele argumentou que pouco sabia do assunto, D. Manuel Martins retorquiu que por isso mesmo o queria lá porque quem não sabe ousa inovar e quem conhece tudo, faz sempre o mesmo. Disse que os anos que Portugal perdeu são irrecuperáveis. Mesmo que a crise acabe, os níveis de desemprego nunca voltarão aos valores que já tiveram. Não falta riqueza nem faltam bens, mas os portugueses não têm sido capazes de fazer uma justa distribuição desses bens. As instituições que apoiam os mais necessitados têm hoje um problema diferente – aprender a lidar com o novo perfil de pobres. A luta contra a pobreza é um desafio para a Igreja. A maior pobreza é ser indiferente.Referiu-se ainda a todos os problemas burocráticos que se põem aos cidadãos e contou algo que hilariante. Uma certidão de óbito caduca ao fim de, salvo erro, seis meses (!).
D. Manuel Martins elogiou esta iniciativa e estas palestras provocadoras. As pessoas têm que ser provocadas, tanto mais que o tempo hoje escasseia para todos e as pessoas nem tempo têm para pensar. A crise actual é uma crise moral, uma crise de valores – verdade, honestidade, solidariedade, justiça, transparência,…D. Manuel Martins lembrou o Evangelho de São Lucas (19, 1-10) que conta a história de Zaqueu, um ‘cobrador de impostos’ que se aproveitava do seu cargo para enriquecimento próprio. Numa ida de Jesus a Jericó, Zaqueu recebeu-O e, arrependido das suas acções disse: “Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais”. D. Manuel Martins concluiu que se os Zaqueus de Portugal fizessem o que fez o Zaqueu do Evangelho, a crise estava resolvida.
Depois do estado a que os políticos deixaram chegar o nosso país, temos de acreditar que os voluntários são a salvação de muita gente. Só é pena que, por cá, até o voluntariado seja pago.
4 comentários:
Excelente blogue, Mário, cheguei por acaso mas gostei muito. Se quiser pode dar um pulinho pelo meu.
Um abraço.
Humberto.
www.humbertodib.blogspot.com
Muito legal seu blog! Parabéns! Adorei!
Bjs!
De uma passadinha no meu depois...vai ser um prazer!
Bjs!
Fica com DEUS!
http://receitasdatatialves.blogspot.com/
Humberto Dib
Obrigada pela visita.
Só não percebi o "Mário".
Vou visitá-lo em breve...
Tati
Obrigada pelas suas palavras.
vou ao seu blog em breve
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