20 fevereiro 2012

Recordar

 
No dia 29 de Janeiro de 1975, pelas 12.35, o super-petroleiro Jabob Maersk, de pavilhão dinamarquês, carregado com 80.000 tonaledas de petróleo vindo do Irão, encalhou num banco de areia junto ao Porto de Leixões, em frente á Avenida Montevideu, na cidade do Porto.
Poucos momentos depois, o motor do navio incendiou-se, provocando uma súbita e estrondosa explosão, partindo o navio em 3 partes. A explosão foi audível em quase toda a cidade e inúmeras viaturas que passavam junto á marginal viram as suas viaturas afectadas com a queda de petróleo em chamas. 7 dos tripulantes faleceram na explosão.
Durante 3 dias o navio esteve em chamas que atingiram os 100 metros de altura. A nuvem de fumo criada foi visível em vastas extensões, havendo relatos do seu avistamento em Viana do Castelo e Aveiro.
Dezenas de pessoas moradoras na zona mais próxima do acidente foram internadas com problemas respiratórios devido aos fumos tóxicos. Em toda a cidade o ar tornou-se quase irrespirável, tornando-se necessário manter portas e janelas fechadas. Muitos estabelecimentos comerciais foram obrigados a fechar. Chegou a aventar-se a hipótese de dezenas de milhar de pessoas terem de ser evacuadas da cidade, pelo perigo de exposição aos gases tóxicos e dificuldades respiratórias.
Nas semanas seguintes ao acidente, a parte dianteira do navio foi-se lentamente deslocando até encalhar definitivamente mesmo junto ao Forte de S. Francisco Xavier (Castelo do Queijo), onde permaneceu nos 20 anos seguinte, tornando-se um ícone, ainda que involuntário e temporário, da cidade.
(do blogue Porto Antigo)
Aquando deste acidente, rebocadores do porto de Leixões acudiram à tragédia e ao salvamento dos tripulantes do Maersk. Um dos homens que nesses rebocadores fizeram a operação de salvamento foi o Senhor Manuel Lima.
Os alunos da Universidade Sénior Florbela Espanca, tiveram a honra de ouvir o Sr. Manuel Lima falar, na primeira pessoa, dessa operação de salvamento. Foi uma lição excepcional. Passados 37 anos, este senhor fala daquele dia com uma emoção comovedora. O risco que correu, o que viu, o que sentiu, estão ainda tão presentes. Deixo aqui algumas fotografias dos muitos slides que o Sr. Manuel Lima nos mostrou. É que a tragédia também permite fotografias magníficas.
(pode ver uma sequência de fotografias aqui)

2 comentários:

mfc disse...

Lembro-me perfeitamente deste desastre!
Mas tu ficaste a saber muito mais das tragédias humanas que por lá se passaram e trouxeste-nos esta evocação que nos avivou a mmemória.
Beijinhos, Graça.

GP disse...

Se quisermos estamos sempre a aprender. Nesta altura eu vivia na Figueira da Foz pelo que só soube do desastre o que li e ouvi na comunicação social. Mas desta vez soube mais do que a maioria das pessoas que viram e fotografaram o acontecimento. Foi extremamente enriquecedor.

Beijinho grande