31 janeiro 2012

Mar sonoro

Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim,
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho,
Que momentos há em que suponho
Seres um milagre criado só para mim.

Sophia de Mello Breyner

26 janeiro 2012

Até sempre João

Fui, com a minha Teresa, despedir-me de si pela última vez (já viu que nunca nos conseguimos tratar por tu...).
A sua despedida foi de uma beleza imensa. Foi a festa de despedida que o João merecia. Quem celebrou a missa foi o seu irmão Manel (deveria dizer Senhor D. Manuel Clemente, mas para mim será sempre o Manel) que teve mais sete padres a concelebrar. A música era linda; ao piano o Zé Alexandre e um violinista (talvez da escola do Zé Alexandre) e, quando a missa acabou ouvimos todos “What a wonderful wordl” pela voz de Louis Armstrong, a música de que o João tanto gostava.  
Na Igreja das Carmelitas, na Foz, não cabia mais gente. Estava lá a sua família toda e a da Maria Manuel, o “nosso” grupo, o Garcia em peso, talvez o Rodrigues de Freitas, talvez o D. Duarte e umas dezenas de padres. A homilia do Manel foi muito terna e, quando falou da vossa mãe, acabou por se comover. Que maravilhosa era a Sra. D. Sofia!
No final falou o Rui, a Cláudia, a Joana e os seus netos (menos a pequenina). Todos realçaram a sua alegria, o seu amor pela vida, o seu amor pelos amigos, a sua convicção de que realmente este é um mundo maravilhoso.
A Maria Manuel leu um texto de Santo Agostinho que, por ser tão belo, aqui o deixo como despedida.
Se me amas não chores
Se conhecesses o mistério imenso do céu
onde agora vivo, este horizonte sem fim,
esta luz que tudo reveste e penetra,
não chorarias, se me amas!
Estou já absorvido no encanto de Deus,
na sua infindável beleza.
Permanece em mim o teu amor, uma
enorme ternura que nem tu consegues
imaginar.
Vivo numa alegria puríssima.
Nas angústias do tempo pensa nesta casa
onde um dia estaremos reunidos para além
da morte, matando a sede na fonte
inesgotável da alegria e do amor infinito.
Não chores, se verdadeiramente me amas!

Até sempre, João

25 janeiro 2012

Há dias tristes

Há dias tristes como o de hoje. Em que um amigo muito grande nos deixa. É nestes momentos que eu penso que a nossa geração chegou à pole position.
Que saudades que ficam do João Clemente! Fica um espaço vazio mas muitos momentos bons para recordar que foram nossos e ninguém no-los tira.
Ficam as férias passadas nas casas que alugávamos nas Areias de S. João. Ficam as brincadeiras das minhas três filhas e das vossas duas na praia dos Tomates. As cinco faziam uma escadinha que ficou registada em fotografias. Estão ali guardadas. Ficam as festas na Rodrigues Lobo e na Gonçalo Velho. Fica o ‘Pucarot’ no Foco onde ‘petits-déjeuners sont servis’. Ficam os deliciosos fins de semana no Marco. Ficam as noitadas de animada conversa acompanhada de uma garrafa de whisky em que nós dois acabávamos por desistir mas a Maria Manuel e o Mário aguentavam até o dia nascer (o Mário foi o primeiro a ir quando ainda éramos todos uns jovens e a morte era algo muito, muito distante). Fica tanta coisa boa para recordar. 
Fica comigo a sua lembrança, a sua alegria, o seu sentido de humor.
Um beijo, João, e até sempre.

24 janeiro 2012

Cactos


 Desconheço como manda o novo acordo ortográfico escrever "cactos". Nem tal me preocupa.

18 janeiro 2012

13 janeiro 2012

Pintura de Carlos Carreiro

 Um grupo de alunos da Universidade Sénior Florbela Espanca teve hoje o privilégio de fazer uma visita guiada à exposição de pintura de Carlos Carreiro, pelo próprio pintor. Com a excelência das explicações foi, para além de uma visita, uma aula de pintura. 
Um belo programa numa tarde soalheira de sexta-feira. Esta exposição está patente na Galeria da Câmara Municipal de Matosinhos.

O mar da Foz

12 janeiro 2012

A teia


Que trabalheira que a aranha teve!
Já agora vale a pena ver como ela trabalha.

O mar de Leça

10 janeiro 2012

Missa do Galo

Fui ver de novo esta peça em cena no Constantino Nery. Um espectáculo a não perder.

A cabra da velha torre...

 Fui a Coimbra à festa dois anos do Francisco e do Salvador, meus sobrinhos netos. "A cabra da velha torre" lá estava sempre linda e a "chamar por mim".

(Julgo que só quem estudou em Coimbra entende este chamamento...)