01 agosto 2007

Destino

Quem disse à estrela o caminho
Que ela há-de seguir no céu?
A fabricar o seu ninho
Como é que a ave aprendeu?
Quem diz à planta – Floresce!
E ao mudo verme que tece
Sua mortalha de seda
Os fios quem lhos enreda?
Ensinou alguém à abelha
Que no prado anda a zumbir
Se à flor branca ou à vermelha
O seu mel há-de pedir?
Que eras tu meu ser, querida,
Teus olhos a minha vida,
Teu amor todo o meu bem…
Ai! não mo disse ninguém…

Como a abelha corre ao prado,
Como no céu gira a estrela,
Como a todo o ente o seu fado
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino…
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer.

Almeida Garrett

4 comentários:

João Cordeiro disse...

É verdade... não sei como aconteceu...


Obrigado pelas palavras de apoio.


Beijinho sonhador

GP disse...

É, no mínimo esquisito...

O meu apoio não é para agradecer

Beijinho

Dani (ela) disse...

somos parecidos com a abelha, com estrela... ninguém diz: VIVA! e mesmo sem saber, insistimos!

:-)

GP disse...

Conhecias este poema dani(ela)?