26 janeiro 2012

Até sempre João

Fui, com a minha Teresa, despedir-me de si pela última vez (já viu que nunca nos conseguimos tratar por tu...).
A sua despedida foi de uma beleza imensa. Foi a festa de despedida que o João merecia. Quem celebrou a missa foi o seu irmão Manel (deveria dizer Senhor D. Manuel Clemente, mas para mim será sempre o Manel) que teve mais sete padres a concelebrar. A música era linda; ao piano o Zé Alexandre e um violinista (talvez da escola do Zé Alexandre) e, quando a missa acabou ouvimos todos “What a wonderful wordl” pela voz de Louis Armstrong, a música de que o João tanto gostava.  
Na Igreja das Carmelitas, na Foz, não cabia mais gente. Estava lá a sua família toda e a da Maria Manuel, o “nosso” grupo, o Garcia em peso, talvez o Rodrigues de Freitas, talvez o D. Duarte e umas dezenas de padres. A homilia do Manel foi muito terna e, quando falou da vossa mãe, acabou por se comover. Que maravilhosa era a Sra. D. Sofia!
No final falou o Rui, a Cláudia, a Joana e os seus netos (menos a pequenina). Todos realçaram a sua alegria, o seu amor pela vida, o seu amor pelos amigos, a sua convicção de que realmente este é um mundo maravilhoso.
A Maria Manuel leu um texto de Santo Agostinho que, por ser tão belo, aqui o deixo como despedida.
Se me amas não chores
Se conhecesses o mistério imenso do céu
onde agora vivo, este horizonte sem fim,
esta luz que tudo reveste e penetra,
não chorarias, se me amas!
Estou já absorvido no encanto de Deus,
na sua infindável beleza.
Permanece em mim o teu amor, uma
enorme ternura que nem tu consegues
imaginar.
Vivo numa alegria puríssima.
Nas angústias do tempo pensa nesta casa
onde um dia estaremos reunidos para além
da morte, matando a sede na fonte
inesgotável da alegria e do amor infinito.
Não chores, se verdadeiramente me amas!

Até sempre, João

2 comentários:

mfc disse...

Um post muito comovido e comovedor!
Um grande abraço Graça.

GP disse...

Obrigada Manel
Um beijo