17 agosto 2007

Carlos Drummond de Andrade

Faz hoje 20 anos que morreu Carlos Drummond de Andrade. Aqui fica a minha homenagem nos dados biográficos feitos pelo próprio.

Dados biográficos

Mas que dizer do poeta
Numa prova escolar?
Que ele é meio pateta
E não sabe rimar ?
Que veio de Itabira,
Terra longe e ferrosa ?
E que seu verso vira,
De vez em quando, prosa ?
Que é magro, calvo, sério
(na aparência ) e calado,
com algo de minério
não de todo britado?
Que encontrou no caminho
Uma pedra e, estacando,
Muito riso escarninho
O foi logo cercando?
Que apesar dos pesares
Conserva o bom-humor
Caça nuvens nos ares,
Crê no bem e no amor ?

Mas que dizer do poeta
Numa prova escolar
Em linguagem discreta
Que lhe saiba agradar?

Veja aqui os dados biográficos feitos pelos que o leram, ouviram, viram ou com ele conviveram.
No dia 23 de Março coloquei aqui o poema Ausência que é um dos meus preferidos.

11 comentários:

devaneiosaovento disse...

Coisa linda ver Drummond aqui, nosso poeta querido do Brasil!
fiquei emocionada, não sabia que tb nutria admiração por ele. deixo algo dele aqui para vc,

"Ao contrário do amor, o amor-próprio não acaba nunca."(Carlos Drummond de Andrade

abraços e boa semana!

GP disse...

lb
Pois é... as férias lá se foram.

Beijinho

GP disse...

edna
Claro que admiro o "vosso" poeta qurido. Como tu admiras "os nossos" Fernandos Pessoas. São génios universais.
Não conhecia essa frase dele mas é linda e a pura verdade.

Beijinho e, também, boa semana

Dani (ela) disse...

estás sumida porque estás de férias? é isso?

espero estar tudo bem!

bjo!

GP disse...

Olá dani(ela)!
É exctamente o oposto. Estou sumida porque estou a trabalhar e tenho tido a minha casa numa confusão. De resto, tudo bem. E contigo?
Este fim de semana espero entrar na minha rotina e ter tempo para partilhar o que vou vendo, fotografando, lendo, escrevendo...

Um óptimo fim de semana

pedro almeida disse...

Fez-me sorrir, obrigado.

GP disse...

pa
Obrigada pela visita. É realmente um texto de sorrir...

Até breve

António disse...

Olá, Graça!
Bonito auto-retrato do Drummond de Andrade, poeta maior!

Beijinhos

Anónimo disse...

É sempre um prazer "ouvir" o Carlos Drummond de Andrade.

Já agora, gostaria de saber se é dele um poema que memorizei à muitos anos e do qual esqueci o autor. Não recordo o título. Reza assim:

Por mais que existam reis e soberanos
Sedentos de luxúria e de grandeza,
Por mais que a habilidade dos humanos
Se iguale à perfeição da natureza,
Por mais que se restrinjam graves danos
E os sonhos dos plebeus e da nobreza,
Por mais que o Homem engendre planos
Para se cobrir de glória e grandeza,
Por mais que a Humanidade combalida
Trabalhe sem parar,
A fim de dar ao Mundo nova Vida,
Em nada há-de existir tamanho brilho
Igual ao brilho santo que há nos olhos
Da mãe que, mansamente, embala o filho....

GP disse...

António
Também acho este auto-retrato soberbo. Não conhecia e encontrei-o nas páginas da net.

Beijinho

GP disse...

mp
O poema que escreves intitula-se Mãe e é do Olavo Bilac. Quando o li achei-o conhecido, e lindo, e vasculhei a minha pasta "escritos". Lá o encontrei na pasta do Olavo Bilac, que tem coisas maravilhosas, algumas já publicadas no meu blog.

Beijinho