Um candeeiro dos antigos que, para gáudio meu, sobreviveu ao desbaste que vitimou tantos deles na Foz do Douro. Ao longe o mar a fazer frontreira com um céu que mostra que o tempo vai mesmo mudar.
"Dispomos de todas as possibilidades, da mais absoluta liberdade de escolha. Como num livro, onde cada letra permanece para sempre na página, a nossa consciência tem o direito de decidir o que quer ler e o que prefere deixar de parte." (Richard Bach)
28 setembro 2007
Candeeiro (23)
Um candeeiro dos antigos que, para gáudio meu, sobreviveu ao desbaste que vitimou tantos deles na Foz do Douro. Ao longe o mar a fazer frontreira com um céu que mostra que o tempo vai mesmo mudar.
27 setembro 2007
26 setembro 2007
Poetas populares
Aqui ficam, do 1º volume, uns pedacinhos esparsos ...
... de António Aleixo (1899-1949) - cauteleiro
Engraxadores sem caixa
há aos centos na cidade
que só usam da tal graxa
que envenena a sociedade.
Quantas sedas aí vão,
quantos brancos colarinhos,
são pedacinhos de pão
roubados aos pobrezinhos.
... de Manuel Alves (1843 - 1901) - cavador
Nobre e altivo Portugal,
Foste outrora o mais valente,
Hoje tão pobre e doente,
Inpério feito hospital
Saquearam-te o metal,
Altos senhores de cartola,
Partiu a doirada mola
À chave do teu dinheiro,
À porta do estrangeiro
Bates, pedindo esmola.
... de Silva Peixe (1902 - ?) - marinheiro
Honrado e pobre, longe de ilusões!
Pensador; esse dom que é muito meu!
Não sou ninguém nem tenho pretensões
De ser o que não sou. Quero ser EU.
... de Martinho Rita Bexiga (1913 - ?) - mecânico
Com teu Divino poder;
Meu Deus! se a gente merece,
Só tu nos podes valer
Grita o povo em alta prece.
... de José Maria da Silva (1860 - 1940) - serralheiro
A política! Que aversão m'inspira!
transforma o cordeiro em fera bruta,
Uma simples palavra em vil disputa,
A placidez em desmedida ira.
Atendendo às breves eleições no PSD, escolhi uns pedacinhos que tivessem algo a ver com política. Coitados dos sociais-democratas. Terem que escolher entre o mau e o péssimo!...
25 setembro 2007
Candeeiro (22)
De Barcelos recebi uma saudação especial e a renovação de um convite que aceito com o maior prazer pela pessoa que mo fez e pela terra linda que esta é. Só falta marcar o dia e eu lá estarei.
24 setembro 2007
Quem era?
No dia 13 perguntei quem era o Presidente da República que presidiu ao II Congresso Luso-Brasileiro de Radiologia. Para a Edna B aqui vai a resposta. Era Américo de Deus Rodrigues Tomás.
Hoje tenho o convite, que o Presidente da Câmara de Lisboa enviou aos mesmos congressistas, para uma recepção.
Quem era o Presidente da Câmara de Lisboa em 1968? Eu não sei e não consegui encontrar nas minhas pesquisas. Quem me ajuda?
Hoje tenho o convite, que o Presidente da Câmara de Lisboa enviou aos mesmos congressistas, para uma recepção.

22 setembro 2007
8ª Estágio Nacional de Orquestra Aproarte
Ontem deitei-me tarde mas com o coração cheio de alegria. Assisti ao concerto que é o culminar do 8º Estágio Nacional de Orquestra Aproarte. Como a comunicação social não liga rigorosamente nada a este evento, tenho eu o prazer (a tinta_azul também o fará) de partilhar convosco um dos raros momentos que me fazem sentir orgulho de ser portuguesa.
A maior parte das pessoas nem sabem o que isto é pelo que passo a escrever o que consta do programa do cancerto a que assisti ontem.
"Em 1989 teve início uma experiência inovadora do ensino da música em Portugal: em duas pequenas cidades do Norte do país foram criadas as primeiras Escolas Profissionais de Música, projectos originais de iniciativa privada, com o apoio do Estado Português e financiamento da Comunidade Europeia. O sucesso e os resultados apresentado por estas escolas rapidamente permitiram constatar que se estava em presença de algo diferente, susceptível de mudar o panorama do altamente deficitário ensino da música em Portugal.
Destinadas objectivamente a proporcionar aos jovens uma preparação adequada para a vida activa, as escolas profissionais de música, constituindo-se como uma alternativa ao sistema formal de ensino de nível médio (12 aos 18 anos), foram sucessivamente alargadas a outras regiões do país.
...
A necessidade de consolidar o ensino profissional artístico e de aperfeiçoar e reforçar a sua identidade, dando-lhe um carácter nacional, está agora na criação da AROARTE – Associação Nacional do Ensino Profissional da Música e Artes, constituída no ano de 1999 e integrando actualmente como associadas todas as escolas Profissionais de Música em actividade.
A Orquestra Sinfónica da APROARTE surgiu em 1999, como consequência natural da criação desta Associação Nacional, que pretende promover e dignificar o ensino da música, artístico e profissional, valorizando a comunicação e troca de experiências, nomeadamente no sentido da formação e consolidação do corpo técnico, docente e discente."
Aqui temos a entrada dos nossos jovens que terminam o seu ensino médio com este magnífico concerto no Europarque.

A orquetra dos nossos meninos é conduzida pelo maestro Ernst Schelle e, este ano, estes jovens portugueses foram acompanhados na primeira parte do concerto pelo violinista Boris Belkin.
O final da primeira parte com Ernst Schelle e Boris Belkin.
O final do concerto com os nossos jovens a serem ovacionados de pé por uma sala cheia de familiares, colegas e todos os que, como eu, marcam presença assídua, com a alma cheia de orgulho pelo que pouco que de bom se faz no ensino em Portugal.
Esta orquestra tocou neste concerto, o Concerto para violino, Op.77 de Brahms, na primeira parte e a Sinfonia nº 5, Op.64 de Tchaikowsky, na segunda. Magnífico!
A maior parte das pessoas nem sabem o que isto é pelo que passo a escrever o que consta do programa do cancerto a que assisti ontem.
"Em 1989 teve início uma experiência inovadora do ensino da música em Portugal: em duas pequenas cidades do Norte do país foram criadas as primeiras Escolas Profissionais de Música, projectos originais de iniciativa privada, com o apoio do Estado Português e financiamento da Comunidade Europeia. O sucesso e os resultados apresentado por estas escolas rapidamente permitiram constatar que se estava em presença de algo diferente, susceptível de mudar o panorama do altamente deficitário ensino da música em Portugal.
Destinadas objectivamente a proporcionar aos jovens uma preparação adequada para a vida activa, as escolas profissionais de música, constituindo-se como uma alternativa ao sistema formal de ensino de nível médio (12 aos 18 anos), foram sucessivamente alargadas a outras regiões do país.
...
A necessidade de consolidar o ensino profissional artístico e de aperfeiçoar e reforçar a sua identidade, dando-lhe um carácter nacional, está agora na criação da AROARTE – Associação Nacional do Ensino Profissional da Música e Artes, constituída no ano de 1999 e integrando actualmente como associadas todas as escolas Profissionais de Música em actividade.
A Orquestra Sinfónica da APROARTE surgiu em 1999, como consequência natural da criação desta Associação Nacional, que pretende promover e dignificar o ensino da música, artístico e profissional, valorizando a comunicação e troca de experiências, nomeadamente no sentido da formação e consolidação do corpo técnico, docente e discente."
Aqui temos a entrada dos nossos jovens que terminam o seu ensino médio com este magnífico concerto no Europarque.
Parabéns a estes jovens! Parabéns a estes formadores! Parabéns a esta orquestra que nada fica a dever a qualquer outra orquestra nacional ou internacional!
Para o ano lá estarei para assistir ao final do 9º Estágio Nacional de Orquestra da APROARTE.
Resta-me enumerar as Escolas responsáveis por este concerto
Resta-me enumerar as Escolas responsáveis por este concerto
ARTAVE - Escola Profissional Artística do Vale do Ave
EPMVC - Orquestra Profissional de Música de Vila do Conde
ESPROARTE - Escola Profissional de Música de Mirandela
EPME - Escola Profissional de Música de Espinho
EPABI - Escola Profissional de Artes da Beira Interior
EPAM - Escola Profissional de Artes da Madeira
(a falta de qualidade das fotografias deve-se ao meu equipamento rudimentar e às condições em que tive de o utilizar)
21 setembro 2007
Que rico almoço!
Almocei do lado de lá, com os "pés no rio" a ver a cidade onde nasci. Entre nós passeavam barcos...
20 setembro 2007
Remorso
Às vezes uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
Cismo e padeço, neste Outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude.
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
Olavo Bilac
Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
Cismo e padeço, neste Outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude.
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
Olavo Bilac
18 setembro 2007
17 setembro 2007
Soneto LV
Nos meus trabalhos (que nunca mais acabam...) com os livros que foram do meu Pai, encontrei três tomos encadernados, pequeninos (7,0 cm x9,7 cm) de 1828 com a Obra Poética de Nicolao Tolentino de Almeida. Abri o tomo I ao acaso e saiu-me este poema delicioso ao qual, obviamente, não alterei a ortografia, e que partilho com todos.
Chaves na mão, melena desgrenhada,
Batendo o pé na casa, a Mãi ordena.
Que o furtado colxão, fofo, e de penna,
A Filha o ponha alli, ou a Criada.
A Filha, Moça esbelta, e aperaltada,
Lhe diz co'a doce voz, que o ar serena:
"Sumio-se-lhe hum colxão, he forte pena;
Olhe não fique a casa arruinada"
"Tu respondes-me assim? tu zombas disto?
Tu cuidas, que por ter Pai embarcado,
Já a Mái não tem mãos?" E dizendo isto,
Arremette-lhe á cara, e ao penteado;
Eis senão quando (caso nunca visto!)
Sahe-lhe o colxão de dentro do toucado.
Chaves na mão, melena desgrenhada,
Batendo o pé na casa, a Mãi ordena.
Que o furtado colxão, fofo, e de penna,
A Filha o ponha alli, ou a Criada.
A Filha, Moça esbelta, e aperaltada,
Lhe diz co'a doce voz, que o ar serena:
"Sumio-se-lhe hum colxão, he forte pena;
Olhe não fique a casa arruinada"
"Tu respondes-me assim? tu zombas disto?
Tu cuidas, que por ter Pai embarcado,
Já a Mái não tem mãos?" E dizendo isto,
Arremette-lhe á cara, e ao penteado;
Eis senão quando (caso nunca visto!)
Sahe-lhe o colxão de dentro do toucado.
16 setembro 2007
Sábado no campo
13 setembro 2007
Relíquias

Que carta escreveria hoje Humberto Delgado aos ilustres governantes deste país?
12 setembro 2007
Quem era?
11 setembro 2007
Regresso às aulas
Para os alunos e para mim, depois de um ano noutras funções. É tempo de fazer planificações, grelhas, listagens de objectivos, testes,...
Esta foi a minha ferramenta de trabalho durante muitos anos. Nesta máquina bati a stencil muitos testes que muitos homens e mulheres que andam por aí resolveram.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e mudam-se as ferramentas de trabalho.
... e, como vêm, ainda funciona embora a memória seja de 16 KB. Oh gente nova, não é para rir! É mesmo verdade.
Esta foi a minha ferramenta de trabalho durante muitos anos. Nesta máquina bati a stencil muitos testes que muitos homens e mulheres que andam por aí resolveram.
Hoje, como senhora respeitável que sou, tenho outro portátil (sempre tive portáteis... as lentes progressivas tal me exigiam...) mas todo artilhado.
Um bom ano lectivo para todos, apesar da equipa governativa que temos...
Um bom ano lectivo para todos, apesar da equipa governativa que temos...
09 setembro 2007
08 setembro 2007
Já não há bilhetes...

Fiz, com as minhas irmãs, as partilhas dos livros do meu Pai. Trouxe para casa uma quantidade louca de livros que estavam há anos fechados no escritório que foi do meu Pai. Tenho passado os meus fins de semana e fins de tarde mergulhada em livros, pó, mofo e computador para o inventário. Além dos livros (o meu Pai tinha uma excelente biblioteca) tenho encontrado documentos interessantíssimos. Este é um anúncio de um espectáculo que se realizou no Teatro Avenida, em Coimbra, em 1940. Estava dentro de um dos livros.
Vale a pena clicar na imagens para ampliar e ver os pormenores.
07 setembro 2007
Cidade dos estudantes
Aqui vivi muitos anos com os meus Pais. Aqui vive a minha Mãe e duas das minhas irmãs. Aqui, no Liceu Infanta D. Maria, fiz o 6º e o 7º anos. Aqui, na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, fiz os preparatórios de Engenharia Química. Aqui assisti às latadas e à Queima quando estes festejos tinham razão de ser; eram festas genuínas dos estudantes não patrocinadas pelos produtores de cerveja. Aqui assisti aos acontecimentos de 1969, que começaram quando Américo Tomás e a sua comitiva foram vaiados pelos estudantes, na inauguração do edifício das Matemáticas, e culminaram com a greve geral de estudantes. Em todo este conflito eu estive inocente acreditando que não era um movimento político... era muito nova!... Aqui aprendi a ouvir o fado de Coimbra.
Uma cidade que marcou muitas gerações.
06 setembro 2007
04 setembro 2007
De volta...
Se a vida dá uma volta completa num dia, também volta a dá-la no dia seguinte. Afinal a minha mudança profissional durou um fim de semana. Tudo ficou como estava... na santa paz.
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