02 janeiro 2009

Na cozinha

Naquele tempo... havia três colégios para filhos de militares: o Colégio Militar e os Pupilos do Exército, para rapazes, e o Instituto de Odivelas, para raparigas. Em qualquer deles, os planos curriculares eram diferentes dos das escolas públicas.
No Instituto de Odivelas, além das disciplinas habituais, tínhamos puericultura, culinária, costura, bordados, música, canto coral e piano (facultativo).
A culinária era dada nesta zona: cozinha, copa e sala. Aqui preparávamos a refeição que depois comíamos na sala.
Só no dia 12 de Dezembro, 50 anos depois, é que tomei consciência da beleza dos azulejos que me rodearam tantas e tantas horas. Na chaminé, no remate das paredes, na bordadura das portas...

12 comentários:

mdsol disse...

Oh Graça!
A mim aconteceu-me exactamente o contrário na minha experiência semelhante. Também voltei 40 anos depois ao local onde tinha vivido no tempo ao teu. Achei tudo ainda mais feio do que o que havia guardado na memória.
Que bom é poder ter a tua experiência!
É realmente muito bonito!
:))

Myriade disse...

Mas seguramente a beleza do ambiente tera feito efeito sobre os teus conocimentos em cocinha ? :)) e verdadeiramente uma festa para os olhos

mfc disse...

Austero e lindo!

Gaivota Maria disse...

Como nós éramos cegas em condições adversas. Sim porque estar interna era uma violência, apesar das maravilhas que contavam os livros da Rnid Blyton: O colégio de santa Clara e o Colégio das quatro Torres.
Também aprendi a cozinhar, não no colégio, no liceu ( no Carolina). Ainda tenho o livro das receitas que é amplamente disputado pelas minhas netas que já experimentaram (feitas por mim) algumas das maravilhas que lá estão. Não tínhamos era uma sala tão linda. Mas tive a sorte de, no nosso 6º e 7º, o meu grupo de culinária ser só de 4 alunas. Abençoada D. Berta que muito nos aturou mas muito nos ensinou

Mitó disse...

Tens toda a razão, os nossos olhos hoje vêem as coisas de outra forma ...

Neste ínicio de ano, aqui deixo o meu abraço e votos de que tudo corra bem.

Vir bisbilhotar este blog está a tornar-se um hábito: estou a descobrir a tua sensibilidade, gosto muito de fotografia (e tu fotografas muito bem !), adoro os poemas que transcreves, estou a gostar muito desta Graça que agora reencontro.

Um abraço.

GP disse...

mdsol
Mas esta beleza de que só vês estas fotografias, é realmente uma maravilha que olhos de 10 a 15 anos não apreciam convenientemente. Se visses uma coisa destas sentirias o que eu senti.

Beijinho grande

GP disse...

wolkengedanken
É evidente que aprendi aqui muito de cozinha mas em casa e em casa da minha avó materna aprendi muito mais...

Beijo

GP disse...

Tens toda a razão, mfc. na altura eu só vi o austero...

GP disse...

Gaivora Maria
Uma das muitas coisas boas que tem o avançar da idade é o dar-nos uma visão mais completa das coisas.
As condições em que habitei durante cinco anos este colégio foram realmente muito adversas...

Beijinho

GP disse...

Minha linda Mitó
Fico contente por andares a bisbilhotar. Bisbilhota tudo...
Os nossos caminhos separaram-nos durante 50 anos mas agora que se voltaram a cruzar, vamos ter oportunidade de ver o percurso que cada uma fez e as marcas que ele deixou.
Adorei rever esta Mitó que pouco difere da pequeninita que tinha visto há uns anos... Um ar mais maduro... ihihih

Beijo grande

Lu disse...

A cgs é que me orientou para aqui. E eu, como muitas outras de 58, fico "estarrecida"! Com uma Gracinha, das àreas das químicas, - ou talvez por isso! - tão sensível, tão poeta, com tão bom humor, que não deixou ou não deixa - é trabalho diário, é recomeçar cada dia e toda a vida!, não é? - que as tristezas vençam às alegrias, por mais anónimas e humildes que estas sejam! Tem sido um prazer descobri-la! Só não subscrevo totalmente a sua carta à m.e.,(com letra o mais pequenina possível!), porque esta não merece, nem um bocadinhinho!, "o tempo do nosso descontentamento". Eu não lhe dou esse tempo! Gde bji. Tem sido muito rico re-conhecermo-nos! Lu.

GP disse...

Lu
Têm sido momentos óptimos.
É natural que, depois de tantos anos, comecemos a descobrir facetas novas em cada uma de nós. Isso é bom.

Beijo