Em 1994, a Agência Internacional de Energia (AIE) traçava um cenário preocupante para o futuro. O consumo mundial de energia primária aumentaria 48 por cento até 2010, em relação a 1991. E os combustíveis fósseis continuariam a reinar como fonte principal do bem-estar humano. Como consequência, as emissões de dióxido de carbono – o vilão do aquecimento global – subiriam 50 por cento.O futuro de que então se falava já é hoje. No balanço mais recente da AIE, publicado no ano passado, um dado até parece positivo: o consumo não subiu tanto assim, registando 34 por cento de aumento entre 1990 e 2006. Mas, de resto, estamos hoje tão insustentáveis como no princípio da década de 1990. A contribuição dos combustíveis fósseis – petróleo, carvão e gás natural – está rigorosamente na mesma: 81 por cento do consumo energético global. E as chamadas “novas renováveis” – como os parques eólicos e os painéis solares – pesam menos de um por cento do total. Pela tendência actual, alerta a AIE, a atmosfera terá no futuro uma tal concentração de gases com efeito de estufa que a temperatura da Terra poderá, teoricamente, aumentar em 6 graus Celsius. Para o problema das alterações climáticas, 2009 não é um ano qualquer. Em Dezembro, a comunidade internacional vai reunir-se em Copenhaga para discutir um caminho mais firme para conter a escalada das emissões de gases com efeito de estufa. Por agora, o mundo agarra-se ao Protocolo de Quioto, um tratado de 1997 que obriga os países desenvolvidos a fazerem um esforço, embora insuficiente, para reduzir as suas emissões até 2012. O que estará sobre a mesa em Copenhaga é o que fazer depois disso. E como se conseguirão envolver os maiores poluidores do mundo – entre eles países em desenvolvimento, como a China, Índia, Brasil e outros – num esforço realmente efectivo para se abaterem as emissões.Na história das últimas duas décadas, há animadores casos de sucesso, outros nem tanto. Fica uma certeza: nunca a preocupação com a energia esteve tão disseminada na sociedade como agora. É um passo.
(Ricardo Garcia – Público)
"Não herdámos a Terra dos nossos pais, pedimo-la emprestada aos nossos filhos." (provérbio índio)
2 comentários:
Lembras-te sempre de assinalar este dia. Todos lembrassemos no nosso dia-a-dia e a Terra estaria outra.
Beijinho grande
Tinta Azul
Além de ser um tema que me preocupa muito, foram muitos anos a (tentar) consciencializar os mais novos para a Terra que é mais deles do que minha.
Beijinho grande
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