19 fevereiro 2011

Soneto da Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei-de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinícius de Moraes

4 comentários:

Gaivota Maria disse...

Apaixonada?

mfc disse...

O amor tem que ser permanentemente total... assim será "infinito enquanto dure"!

GP disse...

Gaivota Maria
Boa ideia! Sugere-me alguém... por mail para ser surpresa.
O Vinicius de Moraes é que esteve sempre apaixonado pela vida.

beijo

GP disse...

mfc
Bem dito. Isso mesmo.

beijo