05 agosto 2014

Brutus e o seu exército nas margens do Lima

Reza a lenda que na mitologia grega existiria um rio, responsável pelo esquecimento total das memórias de todos os que bebessem das sua águas.
A sua localização é contraditória, algumas versões dizem que o Lethes se encontrava nos Campos Elísios, onde os seus habitantes ficariam no paraíso durante 1000 anos até se apagar tudo de terreno neles, depois disto bebiam as águas do Lethes, esquecendo toda a sua vida reencarnando em animais. O rio Lima nasce em Espanha, na província de Ourense, dando aí nome à cidade de Xinzo de limia e desagua na cidade portuguesa de viana do castelo, fazendo uma passagem pelos concelhos de Ponte da Barca e de Ponte de Lima.
Segundo a lenda, o Rio Lethes possuía o poder de enfeitiçar todos os que o ousassem olhar através da beleza de que este era dono.
Em 135 aC, Décios Junos Brutos, comandando o seu exército de romanos atingiram as margens espanholas do Rio Lima, a caminho das suas conquistas em Terras lusas, contudo a beleza do lugar e do rio apavoraram os soldados, fazendo-os acreditar que se tratava do Rio Lethes, e apesar das ordens do seu comandante para atravessar o rio, os soldados não arredavam pé do lugar, e então o comandante para provar que era um rio normal, decidiu ser o primeiro a atravessá-lo levando consigo unicamente o estandarte das águias de Roma. Chegando à outra margem, virou-se para os seus soldados dizendo que não se tinha esquecido de nada, provando-o dizendo o nome de cada soldado, e assim feito os soldados decidiram-se a atravessar o Rio Lima.

2 comentários:

Mona Lisa disse...

Adoro lendas. Têm sempre um fundo de verdade.

Desconhecia esta lenda que legenda a tua soberba foto.

Beijinhos.

GP disse...

Mona Lisa
A primeira vez que vi estes soldados romanos junto ao Lima, não sabia o que significavam. Este ano dei nas aulas do Clube de Leitura o poeta Alberto de Oliveira e encontrei o poema Velhice.

Velhice
 
Água do rio Letes, onde passas? Venha a mim o teu curso benfazejo Que sepulta alegrias ou desgraças No mesmo esquecimento sem desejo.
 
Quero beber-te por contínuas taças... E às horas do passado que revejo, Pedir-te que as afogues e desfaças Na carícia e na esmola do teu beijo!
 
Quem de si nunca esteve satisfeito E com novas empresas só procura Corrigir seu engano ou seu defeito,

Não pode recordar sem amargura Que a mais nenhum esforço tem direito Na ruína presente e na futura...
 
Alberto de Oliveira, in "Novos Sonetos"

Por causa deste poema fui investigar o Rio Lethes e encontrei esta lenda. Tinha tudo a ver com os soldados em Ponte de Lima. Ninguém conhecia a lenda.

beijinho