24 novembro 2006

24 de Novembro

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu em Lisboa, na freguesia da Sé, a 24 de Novembro de 1906. Da mãe, que só tinha a instrução primária, herdou a paixão pela literatura.
Estudou Ciências Fisico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Ciências Pedagógicas na Faculdade de Letras da cidade invicta.
Deu aulas no liceu Camões, em Lisboa, e depois, no liceu D. João III, em Coimbra.
Em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publicou, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo
com o nome de António Gedeão. O professor de Física e Química, Rómulo de Carvalho, permaneceu no anonimato a que se votou.
Após 40 anos de ensino, em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de Abril tomou conta do ensino em Portugal, decidiu reformar-se.
Faria hoje 100 anos se a morte
não no-lo tivesse roubado.
Desapareceu António Gedeão mas as suas armas secretas ficaram connosco.
O país homenageia-o com Dia Nacional da Cultura Científica.
A minha homenagem fica aqui.
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Arma secreta
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Tenho uma arma secreta
ao serviço das nações.
Não tem carga nem espoleta
mas dispara em linha recta
mais longe que os foguetões

não é Júpiter, nem Thor,
nem Snark ou outros que tais.
É coisa muito melhor
que todo o vasto teor
dos Cabos Canaverais.

A potência destinada
às rotações da turbina
não vem da nafta queimada,
nem é de água oxigenada
nem de ergóis de furalina.

Erecta, na noite erguida,
em alerta permanente,
espera o sinal da partida.
Podia chamar-se VIDA.
Chama-se AMOR, simplesmente.
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