"Com frequência, no círculo íntimo dos poderosos, políticos, empresários e grandes figuras universitárias, vemos personagens medíocres ou até mesmo miseráveis. E parece impossível que pessoas capazes e inteligentes possam ter confiança nelas, confiar-lhes trabalhos delicados e deixar que surjam ao exterior como seus porta-vozes, que os representem.
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Em volta do político há sempre numerosos postulantes: advogados sem clientela, arquitectos desempregados, intelectuais famosos. Cercam-no pacientes, insistentes. Um dia, o político encontra-se em dificuldades, sozinho, tem necessidade de ajuda, dirige-se a um deles. Por que não? Ele nem pede nada, está disponível, faria o que lhe pedisse. E assim começa a relação. Não gosta dele, mas usa-o. Não o estima, mas pouco a pouco acaba por habituar-se. Com o tempo chega, às vezes, a depender dele, porque lhe deu a forma de conhecer demasiados segredos."
Francesco Alberoni em "O Optimismo"
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