que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio
como vultos perdidos na cidade
em que uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te lentamente,
e é ternura também que vou vestindo
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
David Mourão-Ferreira
2 comentários:
Que poema delicioso!
Beijinho
ka
Também acho este poema delicioso.
Beijinho
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