Há pouco tempo um amigo ofereceu-me o livro de contos "Os grão-capitães" de Jorge de Sena. Estou a lê-lo. Um dia destes li o parágrafo da página 55, que transcrevo.
"De modo que os doentes, quando os havia, baixavam ao hospital (que, em Penafiel, era o hospital civil da Misericórdia, único da cidade), oficialmente por três dias, recebiam alta, voltavam em braços para o quartel por não haver transporte providenciado para eles, e aí continuavam, extra-oficialmente, a frequentarem as aulas e a participarem das formaturas, respondendo, às vezes, às chamadas pela boca de outros que os representavam."
Voltei a ler. Não há dúvidas. O erro está lá. Em duplicado. Erro tanto mais grave quanto se trata de Jorge de Sena. Se fosse um livro de alguém ligado ao futebol ou à televisão (que agora todos publicam livros), continuava a ser erro mas não tinha, para mim, o mesmo peso.
Gralha? Não. Gralha não aparece duas vezes seguidas. Fui ver a edição. Sexta. Quantos portugueses já leram este livro? Ninguém até hoje chamou a atenção para estes erros? Jorge de Sena não conhece a conjugação perifrástica?
É. no mínimo, muito estranho.
4 comentários:
Será culpa do revisor?
Em todo o caso é culpa de todos, pois ninguém reparou...coitados...
É uma miséria!
cap créus
E aparece um revisor novo na sexta edição? Este erro apareceria nas outras?
Seja como for é, realmente, uma miséria.
lb
Muito estranho mesmo. De quem é a culpa não sei mas que é gravíssimo, isso é.
beijinho
não é por isso que jorge de sena deixa de ser um paradigma do bem-escrever em português...
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