"Dispomos de todas as possibilidades, da mais absoluta liberdade de escolha. Como num livro, onde cada letra permanece para sempre na página, a nossa consciência tem o direito de decidir o que quer ler e o que prefere deixar de parte." (Richard Bach)
31 dezembro 2007
Último dia do ano
28 dezembro 2007
27 dezembro 2007
Finalmente
26 dezembro 2007
22 dezembro 2007
Bom Natal

Estas árvores de Natal foram enfeitadas pelo Martim, pelo Tiago (meus netos) e pela Laura (que não é neta mas é como se fosse) com obras deles. Para o ano o Rodrigo, o Gonçalo e a Mafalda já poderão colocar na árvores as suas obras. Depois há-de chegar a vez de o Lourenço contribuir para a nossa árvore de Natal.
É com estas árvores que desejo a todos umas Boas Festas e, mais uma vez, agradeço o apoio que nos têm dado e a maneira como têm acompanhado o dia a dia do Lourenço.
Um beijo/abraço amigo.
21 dezembro 2007
O dia de hoje (V)
Obrigada a todos os que têm aqui manifestado o seu apoio e dado a sua força. Acreditem que essa manifestação de amizade tem sido muito reconfortante.
19 dezembro 2007
16 dezembro 2007
O dia de hoje (III)
A Teresa e o Paulo trouxeram as notícias do dia. O Lourenço pesa 1,200 kg e está a portar-se bem.
A espera continua e amanhã é outro dia.
15 dezembro 2007
O dia de hoje (II)
Já tiraram um cateter ao Lourenço. Também lhe tiraram o oxigénio mas, ao fim de um tempo, ele "pediu" para lhe porem aquilo no narizito, mas no mínimo. Agora está a dormir. Boa noite, passarinho!
A Teresa voltou hoje ao hospital para mais uma dose de ferro endovenoso. Vamos lá ver se a anemia é debelada.
14 dezembro 2007
O dia de hoje (I)
Hoje usei o dia mensal que o hospital me dá enquanto avó. Fui ver o Lourenço. Tão lindo! Tão pequenino! Uns pés muito perfeitinhos e grandes - deve vir a ser alto. Umas mãos também grandes e lindas - de pianista... Lá estava na incubadora com tudo quanto é monitorização. Marcava 1,102 kg. Já perdeu peso, como é normal. Estava sossegadinho mas uma enfermeira veio massajar a barriguinha dele para estimular os intestinos e ele não gostou. Chorou. Muito baixinho...
Tive pouca sorte porque lhe tinham posto um pouco de oxigénio, suponho. Por isso tinha um barrete que segurava os dois tubinhos do nariz. Também estava de "óculos escuros" porque tinha a lâmpada ligada. Por isso a carinha estava quase toda escondida. Mas como a Mãe é linda e o Pai também, forçosamente tem uma cara linda. Fechadinho na incubadora, não ouviu nada do que eu lhe disse mas eu disse na mesma. Falei-lhe da Mafalda, dos primos, dos tios e tias, dos avós,... que estão à espera do dia em que ele possa ir para casa, para o pé dos Pais e da Mafalda.
A Teresa foi hoje, ao fim da tarde para casa. Ainda com anemia mas não deixaremos de a obrigar a comer bem para normalizar a hemoglobina. Deixou o Lourenço entregue aos cuidados das enfermeiras da Neonatologia que o tratam como ele precisa agora. A Mafalda ajudou muito a colmatar a falta do Lourenço. Fez uma festa enorme. Já estava a interiorizar que a Mãe entrava em casa pelo telefone e pelo computador e o Pai pela porta.
Agora vivemos um dia de cada vez. Amanhã vem outro...
11 dezembro 2007
O Lourenço

As notícias que a Teresa me deu hoje são muito animadoras.
Para a ka
Desde 4 de Novembro que me tens manifestado, de diversas formas, o teu apoio nesta fase complicada da minha vida. Obrigada, ka!
Como ainda te falta muito para ser avó, eu vou preparar-te. É maravilhoso ver crescer um neto. Adoro ser avó. Consigo o distanciamento suficiente para apreciar, com alguma calma, o desenvolvimento dos netos, o que dá um prazer imenso, indescritível. E tudo isto é vivido com o conhecimento acumulado ao longo de uma vida. Os meus olhos de hoje são bem diferentes dos meus olhos aos trintas. É muito diferente de criar um filho. Mas tem um pequeno senão. Qualquer problema com um neto dói a quadriplicar. Dói por mim, pela filha, pelo neto(a) e pelo genro. Dói para além da conta, podes crer! O teu apoio, e o de todos os que também o têm manifestado, tem sido um bálsamo.
Para ti um beijo imenso e a minha amizade incondicional.
10 dezembro 2007
O Lourenço já é cidadão português
O Lourenço, com 1,210 kg, lá está na incubadora a fazer pela vida. A Teresa teve uma cesariana complicada. Ontem esteve bastante fraca mas hoje já reconheci a minha filhota mais nova. Deixei-a há pouco para ir com o Paulo, à neonatologia, ver o pequenote.
Agora resta torcer que a Teresa se restabeleça totalmente e para que o Lourenço continue a crescer e engordar cá fora o que não teve oportunidade de fazer aconchegadinho dentro da Mãe.
Fica agora um beijinho de boa noite para o meu novo netinho com as palavras que a Alice Vieira certamente me emprestará.
Boa noite, passarinho
Boa noite, passarinho
onde é que tu vais dormir?
Vou dormir num ramo verde
com o luar a luzir.
Boa noite, passarinho
onde é que tu vais sonhar?
Vou sonhar no bosque verde
tão verde à luz do luar.
Boa noite, passarinho
estás cansado de voar?
Escondo a cabeça na asa
e já posso descansar.
Boa noite, passarinho
onde é o teu candeeiro?
São os olhos amarelos
do movho do castanheiro.
Boa noite, passarinho
um soninho descansado.
Quando acordar de manhã
vou cantar ao teu telhado.
08 dezembro 2007
Museu Alberto Sampaio
06 dezembro 2007
Para a Mafalda
Voa, borboleta, assim
Voa, borboleta (2x)
Voa junto a mim.
05 dezembro 2007
04 dezembro 2007
Fermentelos
27 novembro 2007
Os futuros políticos deste país
No dia 10 de Novembro foi a abertura oficial das comemorações do Ano Internacional do Planeta Terra, 2008, proclamado pela Assembleia-geral das Nações Unidas com o objectivo de promover o conhecimento sobre o potencial das Ciências da Terra. No dia 24 de Novembro comemorou-se o Dia Nacional da Cultura Científica, proclamado pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia em 1997, em homenagem a Rómulo de Carvalho, no 90º aniversário do seu nascimento.Para comemorar estas duas datas, a Área Disciplinar de Ciências Físico-Químicas, da escola a que pertenço, organizou uma exposição que decorre entre os dias 22 e 29 de Novembro. Como, no 7º ano, estamos a dar os planeta, e o Planeta Terra, único com água no estado líquido, pedi aos miúdos para trazerem provérbios ou ditos populares em que aparecesse a palavra água para figurarem na exposição com o nome de quem fizesse essa recolha. Aconselhei-os a perguntar aos avós ou outras pessoas de idade, que melhor conhecem esses ditos. Alguns nada fizeram, a maioria trouxe 3 ou 4 provérbios mas houve uma meia dúzia que trouxe folhas A4 cheia deles. Um dos alunos apresentou-me 42 provérbios. Passados a computador, com cores. Um belo trabalho de pesquisa. Para que se deliciem aqui ficam alguns dos provérbios que este aluno me entregou:
- A água da minha vizinha é sempre melhor que a minha
Conseguiram ler até aqui? Óptimo. Devem ter os olhos rasos de água. Quando os provérbios não tinham a palavra-chave, ele “metia água”. Engenhoso, não?
Por favor não digam nada à Maria de Lourdes Rodrigues. Se ela sabe que um aluno meu fez este TPC, a culpa ainda é minha e os pais da criança ainda me fazem uma espera... Confio em vocês.
26 novembro 2007
Deus nos livre
Um dia esse aluno, com quem ainda hoje mantenho contacto, disse-me que achava que a entrada em Medicina não deveria estar apenas dependente de médias. Aliás, dizia ele, os melhores alunos são, numa maioria significativa, os marrões que manifestam maiores deficiências nas relações humanas. Deveria haver provas que testassem as qualidades humanas dos candidatos.
Infelizmente não é. Os médicos são, na sua maioria, desumanos tendo em conta que lidam com seres humanos fragilizados. Todos temos histórias tristes para contar.
Mas testar qualidades humanas iria permitir a entrada em Medicina de alunos com notas mais baixas e, para a classe médica, isso era desprestigiante. Já houve, em 2004, uma tentativa de realizar uma prova, aliás excelentemente bem feita, para ser utilizada na selecção dos alunos para o curso. Na testagem dessa prova, as notas foram tão baixas que nunca foi avante essa ideia. Infelizmente.
Os médicos estão carregados de direitos mas, muitas vezes, esquecem-se de que também têm deveres. Principalmente o de tratar o doente como um ser humano com sentimentos.
Lembro-me de ser miúda e ouvir o meu Pai, que era radiologista, contar a história de um homem que dizia “Eu vou ao médico porque os médicos têm que viver. A seguir vou comprar os medicamentos porque o farmacêutico também precisa de viver. Depois deito os medicamentos fora porque eu também quero viver”
Deus nos livre de precisar dos médicos e de ir parar a um hospital sem uma cunha.
23 novembro 2007
Teresa e Lourenço

O Lourenço faz hoje 27 semanas. Já tem mais três semanas desde o dia em que a minha filha foi internada pela primeira vez. São três vitórias, se pensarmos em semanas, mas são vinte e uma vitórias, se pensarmos em dias. O Lourenço está bem e a crescer como deve. A Teresa está já conformada com o segundo internamento e com a vontade (de qualquer futura mãe) de tudo fazer para ter o bébé ao colo.
Como mãe e como avó, o meu sentido "obrigada" a todos os que, pessoalmente ou por meio do "sarrabiscos", têm acompanhado os meus dias de angústia.
Continuemos a torcer para podermos comemorar mais vitórias.
Um beijo amigo a todos
19 novembro 2007
Perdão
Não roubei. Não matei. Não caluniei.
Mas nem sempre segui a tua lei,
nem sempre fui a irmã do meu irmão.
Não recusei aos outros o meu pão.
Amor, algumas vezes, recusei.
Mas por tudo o que dei e o que não dei,
eu te peço, meu Deus, o teu perdão.
Perdão para os meus erros conscientes
e para os meus pecados inocentes,
para o mal que já fiz e ainda fizer...
Perdão para esta culpa original,
para este longo e complicado mal:
o crime sem perdão de ser mulher.
Fernanda de Castro
15 novembro 2007
A minha mãe
14 novembro 2007
Os grão-capitães
"De modo que os doentes, quando os havia, baixavam ao hospital (que, em Penafiel, era o hospital civil da Misericórdia, único da cidade), oficialmente por três dias, recebiam alta, voltavam em braços para o quartel por não haver transporte providenciado para eles, e aí continuavam, extra-oficialmente, a frequentarem as aulas e a participarem das formaturas, respondendo, às vezes, às chamadas pela boca de outros que os representavam."
Voltei a ler. Não há dúvidas. O erro está lá. Em duplicado. Erro tanto mais grave quanto se trata de Jorge de Sena. Se fosse um livro de alguém ligado ao futebol ou à televisão (que agora todos publicam livros), continuava a ser erro mas não tinha, para mim, o mesmo peso.
Gralha? Não. Gralha não aparece duas vezes seguidas. Fui ver a edição. Sexta. Quantos portugueses já leram este livro? Ninguém até hoje chamou a atenção para estes erros? Jorge de Sena não conhece a conjugação perifrástica?
É. no mínimo, muito estranho.
13 novembro 2007
12 novembro 2007
08 novembro 2007
06 novembro 2007
01 novembro 2007
O Nijinsky escapou à licenciatura
Falam eles do novo estatuto do aluno do ensino não superior. Outro desastre. Tanto batalharam contra a falta de assiduidade dos professores! Agora incentivam a dos alunos. É assim que se educa? Não deveriam os jovens aprender a marcar a sua presença diária no seu posto de trabalho - a escola? Considero uma atitude particularmente deseducativa.
O facilitismo está na crista da onda. Isso lembrou-me uma crónica que escrevi, publicada em Outubro de 2004, e cujo título era "O Nijinsky escapou à licenciatura". Deixo aqui uns excertos dessa crónica para desabafo meu e para leitura de quem estiver interessado.
"Perdi completamente o rasto de um colega de curso que tive nos preparatórios de Engenharia na Universidade de Coimbra. Era de ascendência russa e fomos dois bons amigos. Uma excelente pessoa e um óptimo colega. Na casa dos pais do Miguel tal como na dos meus, sempre houve gatos. Um dia ele ofereceu-me um gato siamês, puro, da última ninhada de uma das gatas lá de casa. O bichano já vinha baptizado – Nijinsky. Lembro-me da empregada dos meus pais ter comentado a propósito do nome do bicho: “Ó menina! Nem eu lá vou quanto mais o gato!”.
...
Voltemos ao tempo em que o Nijinsky ficava horas no colo do meu pai. Foi quando o curso de Engenharia passou de seis para cinco anos e quando o ensino começou a descambar e o superior começou a proliferar pelo país. Já era de prever que acabaríamos por ter uma 'faculdade' rua sim, rua não, em cidades, vilas e aldeias, com qualidade cada vez mais duvidosa. “Se não me acautelo, um dia destes dão uma licenciatura ao Nijinsky” – costumava dizer o meu pai. Viu longe. O Nijinsky só não é hoje licenciado porque já morreu. Temos Faculdades e Institutos em tudo quanto é lugarejo, com tudo quanto é professor e, tantas vezes sem quaisquer critérios de qualidade. Só não é licenciado quem não quer. Saber algo depois de licenciado já é outra conversa que, pelos vistos, não preocupa os governantes. Quando uma pessoa tira uma licenciatura em Línguas e Literaturas e diz “Há-des trazer-me o livro”, “Comprastes o que te pedi?” ou “Fará-se o que se puder”, ainda vamos a tempo de fazer alguma coisa?
...
Interessa quantidade. A qualidade é um requisito que já não conta neste país. É preciso licenciados. Muitos. Quanto mais não seja para o desemprego. “O modelo que propomos para Portugal tem em conta as necessidades do país e a situação nos outros países europeus”, disse Maria da Graça Carvalho. E o modelo é claro. Licenciaturas em três anos. Mestrados com mais dois. Ou seja, no mesmo tempo, ou menos, que demorava tirar um curso superior, hoje já se tem o mestrado. Com jeitinho, os meus netos vão sair doutorados com um semestre numa qualquer faculdade. Só me tranquiliza saber que a formação e a cultura não lhes vão faltar.
...
Quando eu me formei, um professor de qualquer grau de ensino, um médico, um advogado, um juiz, um economista, um engenheiro, um político,… eram pessoas com categoria merecedoras de todo o respeito. Uma elite com nível, com valores e com valor. Gente responsável. Profissionais competentes cujo exemplo era de seguir. A massificação do ensino, o abandalhamento da política, a demissão dos pais enquanto educadores, a desvalorização do mérito conduziram-nos ao caos que vivemos hoje. Salvo raras e honrosas excepções, ninguém respeita ninguém porque ninguém se sabe dar ao respeito.
Aqui há uns tempos, quando ainda tinha uma esperança de que o espírito orientador dos sindicatos fosse o bem do ensino, fui a um dos sindicatos de professores dos milhares que existem hoje. (Desconfio que há professores inscritos em vários sindicatos simultaneamente. Caso contrário, cada sindicato teria apenas meia dúzia de professores associados). Uma dirigente sindical contou-me que apareceu lá um professor para se tornar sócio. Tinha um curso médio tirado num qualquer Instituto duma cidade do Norte do país. A colega explicou-lhe que, embora lamentando, não podia associá-lo nesse sindicato porque só aceitavam licenciados por faculdades. “A mim têm de me aceitar. Tenho um mestrado em Artes em Verga” – disse o professor. Palavras para quê? É enorme o número de portugueses com mestrado em qualquer coisa. Não quer dizer que não haja mestrados sérios. Claro que há. Mas a banalização desse título, com qualidade duvidosa, retirou-lhe valor. Desacreditou-o. É melhor ter uma licenciatura “do antigamente” do que um mestrado de hoje. Como será daqui a uma dezena de anos?"